O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta quarta-feira (1º/05) que irá romper as relações diplomáticas com Israel em razão das ações de guerra do estado israelense na Faixa de Gaza
Em discurso a milhares de apoiadores durante uma manifestação pelo Dia do Trabalhador, em Bogotá, Petro disse que o rompimento com o governo israelense se dará a partir de quinta-feira (2) e chamou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de “genocida”.
“Aqui diante de vocês, o presidente informa que amanhã se romperão as relações diplomáticas com Israel por ter um governo e por ter um presidente [Netanyahu] genocida”, disse Petro.
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Em seguida, o presidente colombiano completou:
“Creio que a humanidade toda está de acordo (…) Não podem voltar as épocas de genocídio, de extermínio de um povo inteiro diante dos nossos olhos e da nossa passividade”.
O presidente da Colômbia e o primeiro-ministro de Israel já haviam entrado em atrito em outubro de 2023, quando o governo israelense anunciou que suspenderia as exportações de material de defesa para o país sul-americano.
A decisão foi uma resposta a declarações feitas naquele mesmo mês por Petro, que comparou o bloqueio total de Gaza pelos israelenses a práticas do nazismo contra os judeus.
Em uma postagem no X, em 15 de outubro de 2023, Petro ameaçou romper relações com Israel. “Se for necessário suspender relações exteriores com Israel, nós suspenderemos. Não apoiamos genocídios. (…) Do povo de Israel, peço ajuda para a paz na Colômbia, na Palestina e no mundo. A Colômbia, como nos ensinaram [Simón] Bolívar e [Antonio] Nariño, é um povo independente, soberano e justo”, escreveu.
O primeiro presidente de esquerda da Colômbia também já havia declarado apoio à África do Sul em janeiro no caso em que Israel foi acusado de genocídio na Corte Internacional de Justiça, órgão das Nações Unidas com sede em Haia.