Papa Leão XIV cobra ação climática e critica falta de vontade política na COP30

(FOTO: ANDREAS SOLARO / AFP)
Em uma mensagem contundente divulgada nesta segunda-feira (17/11), o Papa Leão XIV voltou a pressionar líderes globais por respostas mais firmes à crise climática. O pontífice, que se dirigiu a representantes religiosos reunidos paralelamente à COP30, em Belém do Pará, pediu “ações concretas” e lamentou a persistente “falta de vontade política de alguns” governantes.
Na gravação, o Papa destacou que o Acordo de Paris “continua sendo a ferramenta mais poderosa para proteger as pessoas e o planeta”, embora o progresso alcançado dependa diretamente do compromisso dos países.
“Mas devemos ser honestos: não é o Acordo que está falhando, mas nossa resposta. O que está falhando é a vontade política de alguns”, afirmou.
Leão XIV ressaltou ainda o papel simbólico e vital da Amazônia, descrevendo-a como um “símbolo vivo da criação com necessidade urgente de cuidado”.
Ele citou eventos climáticos extremos inundações, secas, tempestades e ondas de calor como sinais inequívocos de uma crise que já afeta fortemente a população.
“A criação clama em inundações, secas, tempestades e um calor implacável. Uma em cada três pessoas vive em grande vulnerabilidade devido a essas mudanças”, acrescentou.
O Papa Leão XIV enviou um vídeo especial exibido no Museu da Amazônia, em Belém, durante o encontro dos Cardinals of the Global South. Na saudação, ele chamou a Amazônia de “símbolo vivo da criação” e reforçou o alerta climático na COP30.
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O pontífice também reforçou que ainda existe a possibilidade de limitar o aquecimento global a 1,5°C, mas advertiu que “a janela está se fechando”.
As declarações foram divulgadas enquanto as negociações climáticas da ONU entram em sua fase decisiva. Delegações continuam divididas em pontos cruciais, ao passo que ministros começaram a chegar para as tratativas finais.
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O Acordo de Paris, firmado em 2015, voltou ao centro do debate depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou pela segunda vez a retirada do país do pacto internacional, que tem como meta manter o aquecimento abaixo de 2°C e idealmente, a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais.
Desde sua eleição, em maio, o Papa Leão XIV natural de Chicago e com duas décadas de experiência missionária no Peru vem reiterando pedidos para que governos adotem medidas corajosas diante da emergência climática.






