O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou Michel Barnier, ex-negociador da União Europeia para o Brexit, como primeiro-ministro, nesta quinta-feira (5/9), e encarregou-o de formar um novo governo. Ele vai encarar um grande desafio após as eleições de julho último, que deixou o Parlamento do país dividido.
Barnier tem 73 anos e é um político tradicional de direita. Ele ocupou uma série de cargos no governo francês, como o de ministro do Meio Ambiente (1993-1995) e Ministro de Estado para Assuntos Europeus (1995-1997). Nos anos 2000 ele também atuou como chanceler na gestão de Jean-Pierre Raffarin. Em 2021, Barnier tentou ser nomeado para eleições presidenciais, mas não obteve apoio do próprio partido.
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Agora, ele terá de fazer com que as reformas e o orçamento de 2025 passem por um Parlamento dividido, em um momento em que a França está sob pressão da Comissão Europeia e dos mercados de títulos para reduzir seu déficit.
O processo de nomeação do novo primeiro-ministro foi tumultuado: apesar da coalização de esquerda Nova Frente Popular ter vencido as eleições em julho, nenhum partido alcançou a maioria absoluta, e Macron descartou a possibilidade de pedir a eles que formassem um governo depois que outros partidos disseram que votariam imediatamente contra. Agora, a nomeação de Barnier é vista como um aceno ao parlamento.
Pelo sistema político da França, semipresidencialista, o primeiro-ministro, indicado pelo partido ou coalizão que conquistam maioria no Parlamento, governa em conjunto com o presidente – este eleito em eleições presidenciais diretas e separadas das legislativas e que, na prática, é quem ganha mais protagonismo à frente do governo.
*Com informações de UOL e Metrópoles.