Uma freira chamou à atenção por quebrar o protocolo do Vaticano ao se aproximar do caixão do Papa Francisco, durante o velório na Basílica de São Pedro, nesta quarta-feira (23/4). Ao contrário de outras pessoas que por ali passaram, a mulher permaneceu vários minutos junto ao corpo do pontífice da Igreja Católica.

A francesa Geneviève Jeanningros, 81 anos, é uma freira da congregação Pequenas Irmãs de Jesus, fundada nos anos 40. Na imagem que circulou pelas redes sociais mostra a religiosa parada com uma mochila nas costas, num choro solitário, tendo a permissão de aproximar do caixão de Francisco.

Segundo relatos da imprensa internacional, a freira e o papa se conheceram quando o pontífice era o arcebispo de Buenos Aires, ainda chamado pelo nome de batismo, Jorge Mario Bergoglio.
Os dois teriam, inclusive, um encontro semanal, sempre às quartas-feiras. A amizade era tão antiga que Francisco até deu um apelido para ela: ”enfant terrible” (criança terrível).
Funeral do Papa
A despedida ao Papa, na Basílica de São Pedro, bispos e cardeais pararam, um a um, e protocolo determinava que apenas esses religiosos do alto clero e funcionários do Vaticano podiam se despedir do pontífice primeiro.
Contudo, a Guarda Suíça (força militar do Vaticano) permitiu que a religiosa de 81 anos tivesse acesso ao local por saber que o Papa desejaria sua presença, conforme noticiou o portal de notícias do El Mundo.
A sala de imprensa do Vaticano confirmou que, a pedido expresso do próprio pontífice antes de falecer, algumas “amizades emblemáticas” teriam acesso prioritário ao velório. Jeanningros figurava nessa lista.
💔🕊️ La monja Genevieve Jeanningros, amiga del Papa Francisco, llora y reza frente al féretro del pontífice, saltándose el protocolo durante el velatorio.
Un adiós muy emotivo. 🙏🇻🇦 pic.twitter.com/ZdbPgIpumb
— Luis Gabriel Velázquez (@soyluisgabriel1) April 23, 2025
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Trajetória da freira
Ao longo de sua trajetória, uma das frases marcantes da freira dizia que “ninguém deve ser descartado”, fazendo menção à presença de pessoas trans e casais homoafetivos nas audiências com o Papa.
Ela mesma é conhecida por fazer um trabalho social com minorias, incluindo pessoas LGBTQIA+ e trabalhadores precários – com quem a irmã convive há quase 60 anos -, ilustrando a linha pastoral de Francisco voltada às periferias humanas.
Desde a década de 1960, ela mora em um trailer itinerante, acompanhando artistas de circo, trabalhadores de parques de diversão, ciganos e outras populações nômades na Itália.
