Steve Bannon, ex-estrategista sênior do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, e uma das figuras centrais da extrema direita no país e no mundo, foi condenado nesta sexta-feira (21) a quatro meses de prisão por se recusar a cooperar com os legisladores da comissão que investiga o ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021.
Ainda cabe recurso à condenação. Por consequência, Bannon aguardará em liberdade o fim do processo. Na audiência de sentença, o juiz distrital Carl Nichols também ordenou que ele pague uma multa de US$ 6.500 (aproximadamente R$ 34 mil).
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Na última segunda-feira, os promotores pediram ao juiz que sentenciasse Bannon a seis meses de prisão, enquanto seus advogados buscavam liberdade condicional. O promotor J.P. Cooney disse na audiência desta sexta-feira que Bannon “não está acima da lei” e “escolheu desprezar o congresso”.
Bannon, de 68 anos, é um ex-produtor de Hollywood. Foi um dos principais conselheiros da campanha presidencial do republicano Trump em 2016, depois atuou como estrategista-chefe da Casa Branca em 2017, antes de uma briga entre eles que mais tarde foi corrigida. Ele ajudou a articular o populismo de direita “America First” e teve grande papel na divulgação da mídia de direita: ele é referência da família Bolsonaro e em 2021, chegou a se encontrar com Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.
De acordo com o comitê de 6 de janeiro, Bannon falou com Trump pelo menos duas vezes no dia anterior ao ataque, participou de uma reunião de planejamento em um hotel em Washington e disse em seu podcast de direita que “o inferno vai acontecer amanhã”. Ele também está enfrentando acusações separadas de lavagem de dinheiro, fraude e conspiração em Nova York relacionadas à campanha “We Build the Wall”, referente à construção de um muro na fronteira entre EUA e México, promessa de campanha de Trump. Bannon se declarou inocente.