O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (13/02) um plano voltado para um comércio internacional mais equilibrado, colocando o etanol brasileiro como um dos alvos de sua estratégia. Segundo o governo norte-americano, enquanto os EUA aplicam uma tarifa de 2,5% sobre o etanol importado, o Brasil impõe uma taxa de 18% sobre o combustível vindo dos Estados Unidos.
“Em 2024, os Estados Unidos compraram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões para o mercado brasileiro”, destacou Trump em um documento divulgado após a formalização da proposta, denominada “Plano Justo e Recíproco”. A iniciativa visa corrigir desigualdades históricas no comércio global e garantir condições mais equitativas para os produtores norte-americanos.
Leia mais
Trump confirma tarifa recíproca para países que taxarem os Estados Unidos
Canadá fecha acordo com Estados Unidos e suspende tarifaço por 30 dias
A equipe do presidente argumenta que tarifas não recíprocas impõem perdas anuais superiores a US$ 2 bilhões às empresas dos EUA. O governo Trump está avaliando a aplicação das novas taxas, considerando fatores como:
- Tributação desigual, incluindo impostos sobre valor agregado que impactam as empresas, trabalhadores e consumidores norte-americanos;
- Barreiras comerciais e regulatórias, como subsídios e exigências burocráticas que dificultam a atuação de empresas dos EUA no exterior;
- Manipulação cambial e políticas mercantilistas, que prejudicam a competitividade dos trabalhadores e indústrias dos Estados Unidos;
- Outras práticas que criem obstáculos estruturais ao acesso dos produtos norte-americanos a mercados internacionais.
As tarifas serão implementadas caso as negociações não avancem, sendo ajustadas conforme a relação dos EUA com cada país. Um funcionário da Casa Branca afirmou que a decisão de adiar a imposição imediata das taxas permite que os países afetados tenham a chance de renegociar os termos comerciais.
Medidas semelhantes já foram adotadas durante a gestão de Trump, quando México e Canadá conseguiram evitar novas tarifas ao aceitarem exigências do governo norte-americano sobre políticas de fronteira.