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Entenda a crise no Haiti que levou a onda de ataques criminosos

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O conflito armado em curso no Haiti é mais grave do que nos momentos que antecederam às intervenções militares internacionais de 1994 e 2004, com riscos reais de grupos paramilitares tomarem o poder.

Desde o último 29 de fevereiro, gangues criminosas da capital atacaram indiscriminadamente tudo o que ‘cheira a Estado’ em Porto Príncipe, com atenção especial para as delegacias da Polícia Nacional. Pelo menos nove unidades foram atacadas, a academia de cadetes e as prisões, de onde fugiram mais de 3,5 mil prisioneiros. O estádio  nacional Sylvio Cator e o aeroporto internacional também foram atacados.

Na noite de sexta-feira (8/2), membros de gangues atiraram nos portões do Palácio Nacional e tentaram incendiar a sede do Ministério do Interior, onde os policiais conseguiram conter o tumulto. Segundo o coordenador geral do sindicato da política haitiana (Synapoha) à AFP, vários criminosos foram mortos.

Foto: AP Foto/Odelyn Joseph

O governo decretou estado de emergência no departamento oeste, que inclui Porto Príncipe, bem como um toque de recolher noturno. Fontes políticas familiarizadas com a situação dizem que há dois motivos principais para o ataque:


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Primeiro, o anúncio do primeiro-ministro Ariel Henry, que lidera o país desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021, de que convocará eleições em agosto de 2025, data que muitos consideraram distante. De acordo com os últimos relatórios, Henry, que viajou para o Quênia na semana passada, está em Porto Rico, onde aguarda uma solução para a crise.

Uma fonte familiarizada com a situação política na capital diz que grupos criminosos estão atacando o aeroporto justamente por causa do premier. Eles não querem que as companhias aéreas retomem as operações para impedir o retorno do premier e, assim, precipitar sua renúncia.

“O governo de Henry é um governo de transição e, geralmente, governos como esse duram dois anos aqui”, explica o economista e sociólogo haitiano Joseph Harold Pierre, por telefone, de Cap-Haïtien, ao El País.

Há meses, as Nações Unidas estão tentando finalizar o envio de uma missão de apoio policial ao país, que, com uma população de 11 milhões, tem menos de 10 mil policiais.

Outras nações, como a Espanha, também ofereceram apoio humano e material, tudo sob a proteção financeira dos Estados Unidos, que prometeram um investimento logístico de US$ 200 milhões. As gangues criminosas, que dominam grande parte da capital, não gostaram e deixaram isso claro.

Foto: Reprodução / Reuters

Grupos paramilitares

Nascidas no calor de disputas políticas, sua dinâmica mudou nos últimos anos. Durante as duas primeiras décadas do século, os grupos funcionaram como grupos de choque a serviço das elites, em uma lógica política sempre ligada a ciclos eleitorais. Mas o Haiti não realiza eleições desde 2016 e as gangues começaram a buscar recursos em outros lugares. Desde então, a extorsão e o sequestro se tornaram suas principais atividades.

“Atualmente, há duas entidades que detêm o poder no Haiti: as gangues e a comunidade internacional. Qualquer grupo político que queira o poder e não obtenha legitimidade aos olhos dessas duas entidades não conseguirá fazer nada”, observou o sociólogo haitiano Joseph Harold Pierre, por telefone, ao jornal espanhol.

Nesse sentido, o ex-policial Jimmy Cherizier, conhecido como Barbecue, que se tornou o porta-voz de uma federação das gangues criminosas mais poderosas da capital, foi muito claro: se Henry não sair, diz ele, haverá uma “guerra civil que levará ao genocídio”.

Diante da violência, dezenas de moradores tomaram um escritório da administração pública em Porto Príncipe no sábado (09/03), na esperança de encontrar refúgio no local, de acordo com um correspondente da AFP.

Vídeos de extrema crueldade que circulam nas redes sociais mostram grupos de jovens armados. Segundo informações, maltratam os cadáveres de policiais assassinados ou perseguem com drones os poucos agentes que tentam conter o ataque, nunca tão violento como agora.

Desabrigados

De acordo com a OIM, 362 mil pessoas, mais da metade das quais são crianças, estão atualmente desabrigadas no Haiti, um número que aumentou 15% desde o início do ano. A ONG Mercy Corps também alertou sobre os riscos para o abastecimento de alimentos no país mais pobre das Américas.

“Os habitantes da capital estão vivendo em confinamento, não têm para onde ir,” alertou Philippe Branchat, chefe da Organização Internacional para as Migrações (OIM), no sábado (9/3), descrevendo uma “cidade sitiada”.

As pessoas que fogem não conseguem entrar em contato com familiares ou amigos no resto do país para encontrar refúgio. A capital está cercada por gangues armadas e perigosas.

*Com informações El País e AFP

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