As embaixadas da China e da Rússia emitiram um alerta nesta segunda-feira (16/6) pedindo que seus cidadãos deixem imediatamente Israel, em razão da crescente escalada militar no Oriente Médio. Antes, Estados Unidos e Reino Unido já haviam feito recomendações semelhantes.
O alerta russo foi divulgado por veículos como Moscow Times e Anadolu Agency, além de ter sido reforçado em nota oficial da Embaixada da Rússia no Irã. No comunicado, Moscou expressa “profunda preocupação com a perigosa escalada de tensões no Oriente Médio” e responsabiliza Israel pela instabilidade na região. “A direção israelense arcará com todas as consequências desta provocação”, afirma a nota.
Embaixadas das Rússia e da China pedem que seus cidadãos deixem Israel imediatamente pic.twitter.com/qC5DlIJlrl
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) June 17, 2025
A situação na região se agravou desde o ataque aéreo de Israel ao Irã, na madrugada da última sexta-feira (13/6), sob a justificativa de conter o avanço do programa nuclear iraniano. O governo israelense argumenta que “não teve escolha” a não ser realizar a ofensiva, que mira interromper a produção de urânio no país.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também elevou o tom nesta segunda-feira ao pedir que os iranianos deixem a capital Teerã. Em postagem na plataforma Truth Social, Trump voltou a acusar o Irã de tentar obter armas nucleares. “O Irã deveria ter assinado o acordo. Que desperdício de vidas humanas. Todos devem evacuar Teerã imediatamente!”, declarou.
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A movimentação de mais de 30 aviões-tanque da Força Aérea dos EUA, entre eles os modelos KC-135 e KC-46, chamou atenção de analistas internacionais. A operação, considerada atípica, é vista como possível indício de uma entrada militar americana no conflito, embora Washington ainda não tenha confirmado qualquer participação direta.
No campo diplomático, o Irã respondeu com críticas contundentes. O embaixador iraniano classificou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como “vigarista” e “criminoso de guerra”, e acusou Tel Aviv de censurar informações sobre o conflito para fortalecer sua posição diante da ofensiva iraniana.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil também informou nesta segunda-feira que parte da delegação brasileira foi retirada de Israel, via Jordânia. Restam ainda 27 cidadãos brasileiros no país, incluindo parlamentares. O Itamaraty voltou a lembrar que mantém desde outubro de 2023 um alerta consular que desaconselha viagens a Israel, em função da crise na região decorrente da ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 55 mil palestinos e 1,5 mil israelenses mortos.
O MRE também ressaltou que a situação atual reforça os riscos para quem permanece na região, numa indireta a políticos brasileiros que ignoraram os avisos e agora estão retidos em meio ao conflito.