O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, disse nesta quinta-feira (11/04) que o grupo militante palestino ainda busca um acordo que troque um cessar-fogo pela soltura de reféns, depois de um ataque aéreo israelense ter matado três de seus filhos na Faixa de Gaza.
Haniyeh, radicado no Catar, confirmou à rede Al Jazeera, na quarta-feira (10/04), que quase “60 membros” de sua família foram “martirizados”, incluindo seus três filhos, netos, os filhos de seu irmão, de sua irmã e seus primos.
Segundo a rede catari, um drone atingiu o veículo da família no acampamento de refugiados de Al Shati, no Norte do estreito território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.
“Todo o nosso povo e todas as famílias de Gaza pagaram um preço alto em sangue e eu sou um deles”, acrescentou.
Segundo Haniyeh, no entanto, as ações israelenses não conseguirão forçar a mão do Hamas nas negociações para alcançar uma trégua e a libertação de reféns.
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O governo de Israel enfrenta crescente pressão das famílias dos 133 reféns israelenses que, acredita-se, permanecem sob o poder do Hamas na Faixa de Gaza, embora as negociações mediadas por EUA, Egito e Catar ainda não tenham resultado em um acordo.
“A chave para qualquer acordo com a ocupação começa com um cessar-fogo permanente, e nossa prioridade máxima no processo atual de negociação é o retorno incondicional dos desalojados e a retirada completa das forças da Faixa de Gaza. Sem isso, um acordo não ocorrerá”, disse o porta-voz do Hamas, Abdel-Latif al-Qanoua, em comunicado.
Haniyeh afirmou que “os interesses do povo palestino são colocados acima de tudo”, quando perguntado se o ataque afetaria as negociações por uma trégua e a soltura dos reféns.
“Estamos querendo chegar a um acordo, mas a ocupação segue procrastinando e fugindo de responder às exigências”, disse Haniyeh.
*com informações BBC, Al Jazeera e The Jerusalem Post.