A direita francesa caminha para conquistar a maioria das cadeiras do Parlamento da França. O Reagrupamento Nacional (RN), partido dirigido por Marine Le Pen, foi o mais votado no primeiro turno das eleições legislativas francesas que foram antecipadas. O segundo turno será no próximo domingo (07/07).
As primeiras projeções do resultado das urnas, às 20h de Paris (15h de Brasília) deste domingo (30/06), indicam que o RN obteve 34% dos votos, segundo a boca de urna, contra 28,1% da Nova Frente Popular (NFP), de esquerda; e 20,3% do Ensemble! (Juntos), coalizão do presidente Emmanuel Macron, grande derrotado nas eleições.
Em uma média das estimativas das diferentes empresas de pesquisas, isso representaria de 230 a 275 deputados para o RN, a depender do jogo de alianças entre o primeiro turno e o segundo. São necessários 289 para ter a maioria absoluta. A esquerda ficaria com 150 a 180 deputados, e a ex-maioria governista com 65 a 95 deputados. Esses números ainda devem sofrer alterações ao longo das próximas horas, com o avanço da apuração.
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O RN contou ainda com o apoio de uma pequena ala dissidente do partido conservador Republicanos, de direita, que oficialmente não fez coalizão com o partido de Le Pen .
“Nada está ganho. Precisamos de uma maioria absoluta para que Jordan Bardella seja nomeado primeiro-ministro”, disse Marine Le Pen, 55, principal figura do RN e eleita deputada já no primeiro turno, referindo-se a seu pupilo e presidente do RN, de apenas 28 anos.
Bardella procurou soar conciliador em seu discurso pós-eleitoral:
“A vitória é possível, e a alternância no poder está ao alcance da mão. Pretendo ser o primeiro-ministro de todos os franceses, respeitoso das oposições, aberto ao diálogo. Respeitarei as funções do presidente da República, mas serei intransigente em relação às políticas que aplicaremos.”
Já Macron limitou-se a enviar à imprensa uma declaração. “Diante do RN, a hora é de uma grande aliança claramente democrata e republicana para o segundo turno”, afirmou, sem chegar a anunciar apoio a candidatos da NFP.
O primeiro-ministro, Gabriel Attal, 35, foi mais explícito que Macron e conclamou os candidatos do governo que ficaram em terceiro lugar a desistirem em favor da esquerda. Homossexual declarado, Attal citou sua “história pessoal” como razão para a decisão que anunciou publicamente. No cargo desde janeiro, ele deve renunciar logo após o segundo turno.
*Com informações da Folha de S.Paulo e O Globo