O sumiço de dois brasileiros que foram à Polônia a fim de se alistarem a tropas ucranianas para lutar na guerra completa uma semana hoje. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro (Itamaraty) trata o assunto como “possível desaparecimento”, e não fornece detalhes sobre as investigações.
Vinicius de Andrade, 26, identificado como fuzileiro naval, embarcou com um amigo ex-colega de farda que não foi identificado para Paris, em 30 de março, e de lá ele informou terem pegado voo para Varsóvia, capital da Polônia. Os ex-fuzileiros brasileiros participavam de grupos de WhatsApp de pessoas interessadas em se apresentar como aliadas da Ucrânia, invadida por tropas russas, e bancaram as passagens aéreas com recursos próprios.
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Em áudio, Vinicius informou porque resolveu se alistar no conflito:
“Eu aqui frustrado e ansioso porque não gosto de ver maldade com criancinha. Cara, aquele vídeo da criancinha atravessando a fronteira sozinha com uma barra de chocolate na mão, ursinho na bolsa… Pô, aquilo me cortou o coração de uma forma tão grande”.
Em 1º de abril, Vinicius informou via Whatsapp que haviam chegado a Varsóvia e que planejavam seguir até Lviv, grande cidade ucraniana, onde voluntários são convocados para a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia. Após 12 horas, pedidos de contato de amigos a Vinicius foram respondidos por outra pessoa, que se identificou como amigo de Vinicius. As mensagens eram parcialmente incompreensíveis e pareciam ter sido escritas com ajuda de aplicativo de tradução. Os perfis nas redes sociais de Vinicius no Facebook e Instagram foram excluídos logo após a constatação do desaparecimento.