Uma brasileira de 25 anos teve que passar por transfusão de sangue e cirurgia após ser atacada por uma matilha de cachorros na cidade de San Pedro de Atacama, no Chile. Clara de Oliveira, de 25 anos, trabalha como vendedora de passeios turísticos e mora há dois anos na cidade turística localizada no meio do deserto, no norte do país sul-americano.
Da cama do hospital em Calama, cidade vizinha com maior estrutura hospitalar, para onde teve que ser transportada devido à gravidade das feridas, Clara contou que o ataque ocorreu durante a tarde na rua onde mora na última quinta-feira (04/01), em uma região central de San Pedro.
“Moro em uma rua bem movimentada, com escola, mas eram duas da tarde, e as pessoas não ficam na rua nesse horário por causa do Sol, que é muito forte aqui. Não tinha ninguém na rua e nenhum carro passando. Primeiro fui atacada por um cachorro pequeno, que mordeu só minha calça. Eu gritei e ele saiu correndo”, relata.
“Continuei andando e ele voltou acompanhado com cerca de 8 a 10 cachorros, que me atacaram por trás e me derrubaram. Fiquei de oito a dez minutos sendo mordida e arrastada de um lado para o outro pelos cachorros até alguém escutar”, adiciona.
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Clara acabou sendo salva por um motorista que, segundo ela, ao ver a cena, buzinou muito e avançou com o carro em direção aos cachorros para espantá-los.
“Morderam minha perna, glúteos, meu braço esquerdo da axila até o cotovelo e o direito inteiro, e minhas costas, que também ficaram muito raladas porque me arrastavam de um lado para o outro. Perdi muito sangue, fiz transfusão e cirurgia, e estou com um dreno na perna. Agora meu quadro já é bem estável, mas ainda não tenho previsão de alta”, relembra.
“Não lembro muito bem como foi o ataque, porque fui desmaiando de dor, acordando no meio do processo, tentando espantá-los para não pegarem meu rosto. Por isso meu braço está bem mordido”, disse.
Em uma das várias feridas que tem pelo corpo, Clara diz que teve que levar mais de 20 pontos em uma mordida que levou na coxa. Ela também relata que chegou ao hospital em estado de choque, gritando e chorando muito, até um calmante ser dado a ela.
“Se o motorista não tivesse chegado naquele minuto, eu já estava esperando que me matassem, lembro que pensava muito para me matarem logo, que fosse rápido, porque eu estava em estado de desespero no chão e não tinha mais forças para gritar, então eu queria que acabasse logo, porque eu achava que ninguém ia passar”.