O Parlamento de Israel aprovou nesta segunda-feira (1º/4) uma iniciativa para fechar no país a rede de televisão via satélite do Catar, Al Jazeera, após pressão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Depois disso, Netanyahu “tomará medidas imediatas para fechar a Al Jazeera, de acordo com o procedimento estabelecido na lei”, informou comunicado do partido Likud. Israel já acusou a emissora de fazer agitação contra o país entre os telespectadores árabes.
O escritório principal da emissora em Israel e o governo do Catar em Doha não responderam imediatamente a um pedido de comentário. A Al Jazeera já acusou Israel de atacar sistematicamente os seus escritórios e pessoal.
Autoridades israelenses reclamam há muito tempo da cobertura da Al Jazeera, mas não chegaram a tomar ações conscientes do financiamento do Catar aos projetos de construção palestinos na Faixa de Gaza, vistos por todas as partes como um meio de evitar o conflito.
Leia também:
Primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu passa por cirurgia
Em Teerã, líder do grupo terrorista Jihad Islâmica promete vitória contra Israel na Faixa de Gaza
Desde a guerra em Gaza, que eclodiu em 7 de outubro, com assassinatos e sequestros transfronteiriços cometidos pelos combatentes do Hamas, Doha tem mediado negociações de cessar-fogo, sob as quais Israel recuperou alguns dos reféns.
No entanto, as negociações sobre uma segunda proposta de trégua parecem não levar a lugar algum. Em janeiro, Netanyahu apelou publicamente para que os catarianos fossem pressionados a aplicar mais pressão sobre o Hamas. O Catar abriga o gabinete político do grupo e várias autoridades graduadas do Hamas.
Questionado se a ameaça contra a Al Jazeera poderia fazer parte de tal pressão, um porta-voz do governo israelense, Avi Hyman, não respondeu diretamente, embora tenha descrito a emissora como “empenhada em divulgar propaganda durante muitos e muitos anos”.
No que pode ter sido uma indicação de que a Al Jazeera poderia ter recursos legais contra qualquer fechamento, Hyman acrescentou durante um briefing: “Há o devido processo, então ainda não chegamos lá”.
O ministro das Comunicações de Israel acusou a emissora em 15 de outubro de incitação pró-Hamas e de expor as tropas israelenses a emboscadas. A Al Jazeera e o governo de Doha não responderam a essas alegações.
*Com informações UOL