O epidemiologista chinês Eric Feigl-Ding, da ONU, fez postagens no Twitter alertando para um cenário alarmante na China referente à nova eclosão de Covid-19 no país. Segundo ele, o fim das restrições sanitárias impostas pelo governo chinês está provocando lotação nos hospitais e “explosão nos serviços funerários”.
Feigl-Ding disse que tem acesso a informações de hospitais e funerárias chinesas, e que elas estariam usando refrigeradores para conservar os corpos que estariam na flia para cremação. Ele disse:
“A maior funerária de Pequim está com todos os incineradores funcionando, mas não atende a demanda, resultando em atraso de 20 dias”.
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Alguns fatores estariam contribuindo para o alastramento da doença no país, além do fim da política “Covid zero” que as autoridades exerciam. A China vacinou 89% da população com duas doses, mas apenas 57% receberam o reforço, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Além disso, a população idosa teria resistência à vacina, e o país teria sido imunizado com a primeira geração de vacinas, que não oferecem imunidade à variante ômicron.
Feigl-Ding pintou um cenário assustador:
“Não estou exagerando: serão até 2 milhões de mortos na China nos próximos meses (…) se não houver intervenção”.
Feigl-Ding é chefe da Força-Tarefa Covid no Instituto de Sistemas Complexos de New England, co-fundador da Rede Mundial de Saúde e membro de um comitê de especialistas sobre Covid da ONU.
⚠️THERMONUCLEAR BAD—Hospitals completely overwhelmed in China ever since restrictions dropped. Epidemiologist estimate >60% of 🇨🇳 & 10% of Earth’s population likely infected over next 90 days. Deaths likely in the millions—plural. This is just the start—🧵pic.twitter.com/VAEvF0ALg9
— Eric Feigl-Ding (@DrEricDing) December 19, 2022
Autoridades da OMS temem o surgimento de novas variantes no país, e os impactos na economia global.