A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, prometeu neste domingo (22/12) que o país fará uma rápida investigação sobre o ataque em um mercado de Natal de Magdeburg na última sexta-feira (20): Um homem invadiu o mercado com um carro em alta velocidade e atropelou cerca de 70 pessoas. Cinco pessoas, incluindo uma criança de 9 anos, morreram.
Ela também afirmou, em comunicado, que a investigação vai avaliar a atuação das autoridades alemãs, que descartaram alertas emitidos sobre o suspeito antes do atentado ao mercado. A ministra reconheceu que o homem já havia chamado a atenção da polícia e de órgãos governamentais no passado.
No sábado, o Departamento de Migração e Refugiados da Alemanha reconheceu que recebeu uma denúncia no ano passado sobre o suspeito – um médico saudita de 50 anos que obteve status de refugiado na Alemanha em 2016.
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O alerta foi identificado por meio de redes sociais, em 2023, e transmitido às autoridades na época. “Isso, assim como qualquer uma das muitas outras denúncias, foi levado a sério”, disse o escritório de migração.
Porém, a revista Der Spiegel e o jornal Die Weilt apuraram que o serviço secreto saudita teria alertado seus colegas alemães sobre o suposto agressor em várias ocasiões. As autoridades, por sua vez, teriam concluído que suspeito não representava “nenhum perigo específico”.
O suspeito, usuário assíduo da plataforma X, se descreve como um “ex-muçulmano e dissidente saudita” . Na rede social, ele publicou opiniões anti-islâmicas, criticou as autoridades alemãs e expressou apoio ao partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD). Numa postagem, ele teria questionado se existiria um caminho para alcançar a justiça na Alemanha sem “explodir uma embaixada alemã ou massacrar aleatoriamente alemães”.
Este ano, ele foi investigado em Berlim por “uso indevido de chamadas de emergência” depois de discutir com a polícia em uma estação de trem. O suspeito foi preso logo após o ataque ao mercado e enfrenta acusações de assassinato e tentativa de assassinato.
*Com informações de UOL.