A demanda entre homens e mulheres por atendimento médico no Sistema Único de Saúde (SUS) permanece desequilibrada: homens ainda vão menos ao médico que as mulheres. A informação é de levantamento inédito da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com dados do Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da Saúde.
De acordo com o levantamento, mais de 312 milhões de homens já foram atendidos em 2022; já as mulheres ultrapassam 370 milhões. No ano passado, foram mais de 725 milhões de homens contra mais de 860 milhões de mulheres. A distância entre os gêneros vem diminuindo com o tempo, mas as mulheres permanecem como maioria. A diferença na demanda fica clara quando se observa os atendimentos específicos: Neste ano, houve mais de 1,2 milhão de atendimentos femininos por ginecologistas, mas a procura dos homens por urologistas ficou em 200 mil atendimentos.
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O coordenador do Departamento de Andrologia, Reprodução e Sexualidade da SBU, Eduardo Miranda, afirma:
“Ainda há um certo tabu, muitas vezes, [eles] não têm a cultura do autocuidado e ir ao médico é visto como sinal de fraqueza. Há também a questão cultural. A menina é levada pela mãe ao ginecologista desde a primeira menstruação, enquanto o homem não vai ao médico depois que ele não precisa mais de acompanhamento regular com pediatra. Esse é um processo que precisamos trabalhar ao longo de gerações e espero que possamos ver um aumento da ida dos homens [aos consultórios] para fazer acompanhamento de rotina com o urologista”.
Aproveitando que hoje, 15, se comemora o Dia do Homem, a SBU alerta para a importância do cuidado com a saúde masculina, especialmente para a prevenção do câncer de bexiga, que, de acordo com a entidade, é o segundo tumor urológico mais incidente nessa população. Em primeiro lugar é o câncer de próstata. O sintoma inicial do câncer na bexiga é sangue na urina: ao ser notado, o paciente deve fazer um exame de imagem. O principal fator de risco para a doença é o tabagismo, relacionado a 50% a 70% dos casos.
Além da campanha do Dia do Homem, a SBU desenvolve a Novembro Azul e, também, a #VemProUro, que, em setembro, já estará em sua quinta edição. Essas campanhas visam conscientizar homens para conhecer mais sobre sua saúde e criarem uma rotina habitual de cuidados, desde cedo.