O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta quinta-feira (15/5). O juiz designou Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da entidade, como interventor e estabeleceu que ele deve convocar novas eleições “o mais rápido possível”.
Ednaldo Rodrigues foi informado sobre o afastamento em Assunção, no Paraguai, durante o congresso da Fifa. A decisão pode ser contestada em tribunais superiores (STJ ou STF). Quando Ednaldo foi afastado pela primeira vez, em dezembro de 2023, ele recorreu ao STF e retornou ao cargo um mês depois.
Nomeação de interventor
Fernando Sarney, que foi nomeado interventor nesta quinta-feira, é um dos atuais vice-presidentes da CBF. No entanto, ele rompeu politicamente com Ednaldo Rodrigues e integra a oposição. Por exemplo, ele não fez parte da chapa que venceu a reeleição do presidente por aclamação no dia 24 de março. No entanto, seu mandato como vice-presidente se estende até março de 2026.
Assinatura falsificada
Na semana passada, duas solicitações foram encaminhadas ao STF solicitando a saída de Ednaldo do posto. A alegação da deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e do próprio interventor Fernando Sarney era de que a assinatura do Coronel Nunes, ex-presidente da entidade, em um acordo firmado no começo deste ano, havia sido falsificada. Também existe um relatório pericial que indica que a assinatura não é autêntica.
Processo eleitoral da CBF
Este acordo, firmado por cinco dirigentes, pôs fim ao processo de contestação do processo eleitoral da CBF e, efetivamente, permitiu a eleição que, em março, manteve Ednaldo Rodrigues na presidência. Daniela do Waguinho e Fernando Sarney defendem que, caso a assinatura seja falsificada, o documento perde sua validade.
Por determinação do ministro Gilmar Mendes, o caso retornou ao TJ-RJ. No dia 7 deste mês, ele rejeitou o desligamento imediato de Ednaldo, mas ordenou a remessa do caso ao TJ-RJ para uma “investigação imediata e urgente…” dos acontecimentos descritos nas petições.
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Então, o desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro solicitou que o Coronel Nunes fosse ouvido na última segunda-feira. Contudo, o defensor do ex-presidente da CBF declarou que ele não poderia comparecer devido a problemas de saúde. Na quinta-feira, o desembargador anulou a audiência e decidiu pelo afastamento do presidente da CBF.
Esta é a segunda vez que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro remove Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da CBF. Isso já tinha acontecido em dezembro de 2023. Naquele momento, um mês mais tarde, o líder retornou à presidência da entidade, por determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.