Viúva de Canisso expõe detalhes de brigas internas do Raimundos

Adriana Toscano, viúva de Canisso, baixista e fundador do Raimundos, morto em 2023 após um infarto aos 57 anos, fez novas revelações sobre a convivência dentro da banda e até uma nova versão para a saída de Rodolfo Abrantes do grupo, em 2001. As revelações foram feitas em entrevista ao Portal Léo Dias.
Adriana afirmou que a convivência entre Rodolfo e Digão já estava insustentável antes da saída do vocalista. Segundo ela, uma briga no camarim, marcada por agressão física, agravou de vez as tensões. “Rodolfo uma vez falou para mim e pro Canisso que não aguentava mais o Digão e iria deixar a banda”, afirma a viúva.
Ela relata que o episódio ocorreu antes de um show no interior de São Paulo. De acordo com Adriana, Digão teria entrado no camarim e agredido Canisso com um soco no rosto, iniciando uma confusão generalizada.
“Começou uma briga do nada. Eu tentei separar e acabei levando um soco também. Quebrei o nariz”, contou.
A viúva afirma ter ficado profundamente decepcionada, já que os integrantes da banda e suas famílias mantinham uma relação de amizade.
Após o episódio, Adriana disse que passou o show chorando e que só no dia seguinte, após atendimento médico, confirmou a fratura no nariz. Ela contou que Digão ligou, pediu desculpas e assumiu estar arrependido.
Apesar de ter aceitado o pedido naquele momento, Adriana afirma que novos conflitos ao longo do tempo mostraram que “nada mudaria”.
“A gente perdoa, mas esquecer é difícil. Hoje meu coração está leve, mas a consciência tranquila não apaga o que aconteceu”, disse.
Adriana também acusa a banda de descumprir obrigações financeiras previstas em contrato após a morte do baixista. Ela afirma que, inicialmente, Digão pediu sua ajuda para manter o Raimundos em atividade e prometeu continuar apoiando a família; formada por ela e os filhos Mike, Lorena, Pedro e Nina.
Segundo a viúva, os pagamentos teriam sido interrompidos cerca de um ano depois.
Ela apresentou ao portal um contrato cujo artigo IX determina que, em caso de morte de um dos sócios, os herdeiros passam a representá-lo na sociedade até o encerramento do inventário.
Adriana afirma que, para evitar cumprir o acordo, o Raimundos teria aberto um novo CNPJ.
“Não avisaram nada. Eu descobria tudo pelo meu advogado. Nem tentaram fazer um acordo”, apontou.
A viúva ressalta que as mudanças teriam afetado apenas os valores relacionados ao fechamento de shows, principal fonte de renda da banda. Outros repasses, como direitos autorais e valores pagos por gravadoras, seguem previstos no contrato original.
Ela afirma não querer prejudicar a formação atual do Raimundos, mas exige que as regras sejam cumpridas.
“O baixista que morreu era fundador da banda junto com Rodolfo e Digão. Não podem simplesmente agir como se nada tivesse acontecido”, concluiu.
(*)Com informações do Portal Léo Dias






