Se o mundo do rock e do heavy metal é cercado de histórias bizarras e assustadores, existe um personagem bastante inusitado nesse mundo, o grande Ozzy Osbourne. Atualmente com 76 anos, Ozzy acumula um currículo inquestionável na música. Ele foi um dos fundadores do Black Sabbath, os pais do heavy metal moderno, ainda nos anos 70, além de ter criado uma carreira solo brilhante nos 80 ao lado de monstros como o falecido guitarrista Randy Rhoads, e mais tarde, Zack Wylde.
Mas não foi só na música que Ozzy se destacou. Conhecido pelos nomes de Madman e Príncipe das Trevas, Ozzy também é conhecido pelos excessos e loucuras, tendo experimentado todo tipo possível de drogas, bebidas, colecionando episódios bizarros, entre eles o de cheirar uma carreira de formigas.
Mas de todas as histórias loucas envolvendo a estrela do rock, a mais icônica, e também assustadora, é a do dia em que Ozzy arrancou a cabeça de um morcego vivo no meio de um show.
O episódio bizarro aconteceu durante a divulgação do segundo disco de sua carreira solo, Diary of a Madman, em 1982, nos EUA, em Des Moines, Iowa, durante um show no dia 20 de janeiro daquele ano. A apresentação estava dentro da turnê mais caótica da carreira solo de Ozzy, marcada por shows intensos e, digamos, interações excêntricas com o público.
Na época, a produção do cantor tinha o hábito de jogar coisas estranhas para a plateia durante as apresentações, como miúdos e pedaços de carne. Os fãs, por sua vez, retribuíam a brincadeira com o que tivesse de mais bizarro em mãos. Segundo relatos registrados na biografia do artista, “Eu Sou Ozzy” os fãs arremessavam cobras, ratos mortos e até testículos de ovelha no palco.
Naquela noite, alguém foi ainda mais longe do que já havia sido feito, e atirou um morcego vivo em direção a Ozzy. Ele, achando que era de borracha, fez o que um astro do rock possivelmente não deveria: mordeu. “Coloquei na boca, mastiguei, mordi, sendo o palhaço que sou”, disse ele no documentário The Nine Lives of Ozzy Osbourne (2020).
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Foi só quando o sangue começou a escorrer e a plateia ficou horrorizada que Ozzy percebeu que tinha cometido um erro gigante. “Morcegos são os maiores transmissores de raiva do mundo”, lembrou. Resultado? Uma corrida ao hospital e uma dolorosa maratona de vacinas antirrábicas — uma injeção por noite, uma em cada lado do bumbum.

O “herói” que lançou o morcego nunca se apresentou, mas o estrago estava feito. O episódio virou notícia no mundo todo, inflamou a crítica religiosa contra o rock e consolidou a imagem de Ozzy como o príncipe das trevas, mesmo que ele estivesse mais para um roqueiro inconsequente do que para um vilão satânico.
E como se não bastasse, algumas semanas depois, Osbourne foi preso por urinar no Alamo, em San Antonio, e banido da cidade por dez anos. Pouco depois, seu parceiro musical Randy Rhoads morreu em um acidente de avião, o que deu um choque de realidade ao astro e à sua equipe.
Durante os anos seguintes, Ozzy teve que ouvir perguntas sobre o morcego em praticamente todas as entrevistas. Cansou, claro, mas com o tempo soube capitalizar. Vendeu pelúcias de morcegos decapitados e chegou a lançar uma coleção de NFTs chamada CryptoBatz, com 9.666 tokens digitais inspirados no episódio. “É uma chance de ter um pedaço raro da história do rock”, disse ele. “Eu adoro!”

Mas em 1982, naquele palco em Des Moines, nada disso era divertido. Ozzy estava cuspindo sangue, com gosto de pânico e carne crua na boca, e só queria sobreviver às próximas noites de agulhadas.