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IA na música: como a inteligência artificial vem sendo aplicada no mercado fonográfico

Ferramentas de IA tornam a criação musical mais acessível, dispensando domínio de instrumentos e teoria musical
18/10/25 às 20:00h
IA na música: como a inteligência artificial vem sendo aplicada no mercado fonográfico

(Foto: reprodução/IA)

O avanço da inteligência artificial generativa vem possibilitando a criação de diversos conteúdos que se popularizam na internet. Um dos mais disseminados são os conteúdos musicais.

Todos os dias, novas páginas de Instagram e canais de YouTube utilizam as ferramentas de IA para modificar ou gerar músicas novas, a partir de simples comandos ou com informações completas.

APP’s de música no estudo musical

Um dos mais utilizados na atualidade é o Moises. Voltado para o estudo da música. Através da IA, o aplicativo consegue isolar o som dos instrumentos por canais, permitindo baixar, aumentar o volume, ou mesmo silenciar por completo. Um baterista que deseje tocar a música pode simplesmente eliminar o instrumento da música e tocar em cima, sem se atrapalhar.

(O músico Eloy Casagrande demonstrando o uso do APP)

O aplicativo se popularizou nos últimos dois anos, inclusive patrocinando produtores de conteúdo no YouTube para divulgar o APP e mostrar suas funcionalidades. Embora exista outros aplicativos com a mesma função, o Moises se tornou o favorito dentre os músicos profissionais.

Gerador de músicas

Para compor uma música, por mais simples que seja, é necessário que o compositor tenha o conhecimento básico de tocar um instrumento, bem como as noções de nota, harmonia e compasso musical (ou tempo). Mas, graças as ferramentas de inteligência artificial, compor e arranjar uma música ficou mais fácil.

Nas principais lojas de aplicativo da APP Store e no Android, é possível baixar vários desses, que funcionam da mesma forma. O usuário pode criar uma letra e pedir que o aplicativo crie uma música com base na letra. A IA trabalha tanto a nível iniciante como para mais avançados, ou seja, alguém que não tem a menor noção de como compor e arranjar uma canção pode dar comandos básicos como; crie uma música de pagode, lenta com estilo de voz aguda.


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Assim como ela atende os leigos, a IA pode trabalhar de forma profissional. Em nossos testes, escrevemos a letra e a colocamos dentro de um campo harmônico, com melodia autoral. Com a ajuda do ChatGPT, montamos uma tablatura (a música escrita dentro da teoria), indicando tempo da música, viradas de bateria e arranjos de instrumentos. O resultado foi uma música completa, tocada com base em tudo que foi escrito.

(O canal Leoseven publica várias músicas suas criadas com IA)

Claro, ainda sim as músicas não ficam perfeitas, pelo menos não nas versões gratuitas dos programas. Porém, ficou comprovado que as IA gerativas conseguem criar músicas completas.

Um exemplo claro é com a artista brasileira virtual Tocana, que virou meme no Instagram com a música “São Paulo” que se trata de uma paródia adulta da música “New York” da cantora Alicia Keys, além de outras canções autorais.

(Tocana, paródia +18 feita com a música New York)

Troca de vozes

Outra aplicação da IA nas músicas ocorre através da substituição de vozes. Há dois anos, um canal no Youtube postou um vídeo da música Your Song, de Elton John, mas com a voz do falecido vocalista do Queen, Freddie Mercury. O resultado chega a ser assustador, é como se Freedie realmente tivesse gravado a música. Devido a esse trabalho, Elton John chegou a se posicionar contra a IA na música, afirmando que o seu uso é um crime contra as artes.

(Freddie Mercury cantando Your Song, de Elton John)

No entanto, o uso de IA na substituição de vozes é bem mais antigo. Aqui no Brasil, fãs da banda Angra pegaram o disco Rebirth, que foi gravado pelo segundo vocalista da banda, Edu Falaschi, e substituíram sua voz pela do primeiro cantor do grupo, André Matos. O objetivo seria reimaginar como seriam as canções cantadas pelo cantor original da banda.

Embora essas substituições impressionem, pessoas com bom ouvido musical, principalmente aqueles que são músicos, identificam que a técnica de substituição de voz não é perfeita, uma vez que, trejeitos de fala, sotaque, respiração e outros detalhes que são particulares de cada cantor, não são substituídos, o que nos faz pensar que, embora a aplicação da IA generativa na música seja impressionante, ainda não é capaz de criar as perfeições e imperfeições da voz humana.

(A voz de André Matos cantando Rebirth)

Seja como for, o uso da inteligência artificial na música também vem sendo útil nas rotinas de gravação e mixagem, setores mais técnicos da música, mas que vem se tornando tendência. O futuro pode ser ótimo para música se as técnicas de IA forem utilizadas de maneira mais cuidadosas e efetivas, principalmente para conservar as gravações do passado.