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Ego-scrolling, o vício escondido nos apps de relacionamento que talvez você pratique sem saber

Ego-scrolling, o vício escondido nos apps de relacionamento que talvez você pratique sem saber

Você já se pegou abrindo um aplicativo de relacionamentos não para conhecer alguém, mas apenas para ver quantas curtidas recebeu? Esse comportamento, conhecido popularmente como ego-scrolling, vem ganhando destaque e pode dizer muito sobre a forma como nos relacionamos no mundo digital. Ao invés de buscar conexões reais que possam evoluir para um relacionamento sério, a motivação é outra: inflar o ego e sentir a satisfação momentânea da aprovação alheia.

Uma pesquisa do happn revelou que, mesmo sem saber o que significa o termo, 51% dos usuários já admitiram agir dessa forma intencionalmente ou não. E o comportamento não passa despercebido: 54% afirmam já ter identificado que o crush pratica ego-scrolling, e 32% dizem que se afastaram ao perceber isso.

Por que as pessoas fazem isso?

Segundo o levantamento, entre os motivos estão baixa autoestima, tédio, vício em recompensas rápidas e falta de objetivo definido no uso do app. Para 25% dos entrevistados, receber várias curtidas aumenta a confiança; 21% dizem que ajuda na autoestima e 18% acham simplesmente divertido. Porém, 35% acreditam que a prática prejudica a experiência dos relacionamentos online, por criar falsas expectativas e interações superficiais.


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Impactos na saúde mental

Embora pareça inofensivo, especialistas alertam que o ego-scrolling pode trazer consequências sérias. Buscar validação inflando o ego com curtidas superficiais pode levar a uma autoestima instável, alimentar frustrações e tornar o uso dos apps compulsivo, desconectando as pessoas de vínculos reais explica Renata Abdalla, psiquiatra e professora da Faculdade São Leopoldo Mandic. Ela destaca que pessoas em fase de luto amoroso, jovens, ou com traços de ansiedade social e dependência emocional são mais vulneráveis.

O psiquiatra Celso Garcia Jr., também professor da Faculdade São Leopoldo Mandic, acrescenta que, apesar do prazer momentâneo, o hábito reforça a comparação constante e a dependência de aprovação externa, prejudicando a autoestima a longo prazo.