Comemorado nesta segunda-feira, 7 de julho, o Dia Mundial do Chocolate movimenta redes sociais, lojas e, claro, conquista os corações dos apaixonados por essa verdadeira tentação. Mas além do sabor irresistível, o chocolate carrega uma trajetória milenar repleta de simbolismo, tradições e transformações que atravessam culturas e séculos.
Muito antes de se tornar item das prateleiras de supermercado, o cacau já era valorizado por civilizações pré-colombianas. Os olmecas, por volta de 1500 a.C., no atual México, foram os primeiros a cultivar o fruto. Mais tarde, maias e astecas o elevaram ao status de alimento sagrado.
Para os maias, o cacau era um presente divino, usado em cerimônias religiosas em forma de uma bebida amarga chamada xocolatl, feita com água, especiarias e pimenta. Já os astecas o usavam como moeda e fonte de poder, reservado à elite e aos guerreiros — o imperador Montezuma II, por exemplo, bebia várias taças por dia para aumentar sua força e vitalidade.
O encontro dos europeus com o cacau aconteceu no século XVI. Embora Cristóvão Colombo tenha tido contato com os grãos, foi o conquistador Hernán Cortés quem levou o cacau para a Europa, por volta de 1528. A bebida original, inicialmente amarga, ganhou novos ingredientes como açúcar, leite e canela, conquistando rapidamente as cortes europeias. O marco simbólico para o início da comercialização do chocolate no continente foi o 7 de julho de 1550, data que inspirou a criação do Dia Mundial do Chocolate.
No século XIX, a Revolução Industrial transformou o chocolate: surgiram as primeiras barras sólidas e as grandes marcas — como Lindt, Nestlé, Cadbury e Hershey’s — popularizaram o produto ao redor do mundo. Foi nessa fase que nasceram o chocolate ao leite, o chocolate branco e os bombons recheados.
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Hoje, o chocolate é um dos alimentos mais consumidos globalmente, movimentando uma indústria bilionária que vai do pequeno produtor de cacau às grandes multinacionais. E apesar da má fama entre dietas restritivas, ele pode ser um aliado da saúde — desde que consumido com moderação e em versões com alto teor de cacau.
O chocolate amargo (com 70% de cacau ou mais) é rico em flavonoides, antioxidantes que ajudam a combater o envelhecimento precoce, melhorar a circulação e proteger o coração. Entre os principais benefícios do consumo moderado, destacam-se:
- Melhora do humor, por estimular a liberação de serotonina e endorfinas;
- Redução da pressão arterial, graças ao efeito vasodilatador dos flavonoides;
- Estímulo à memória e ao foco, com aumento do fluxo sanguíneo cerebral;
- Proteção da pele, contra os danos dos raios UV.
No entanto, nem todo chocolate é benéfico. Versões ao leite e recheadas contêm grandes quantidades de açúcar e gordura, o que pode elevar o colesterol, a glicemia e favorecer o ganho de peso. A recomendação é consumir até 30 gramas por dia, o equivalente a dois quadradinhos de uma barra pequena — de preferência, com alta concentração de cacau.
Para quem tem doenças crônicas como diabetes ou hipertensão, o ideal é consultar um profissional de saúde antes de incluir o chocolate na rotina.
No fim das contas, o chocolate vai muito além de um simples doce — ele é história, cultura, prazer e, se bem escolhido, até saúde. E nada melhor que o 7 de julho para celebrar tudo isso.