Em agosto de 2023, a agência de viagens online 123 Milhas surpreendeu milhares de clientes ao anunciar a suspensão dos pacotes de passagens aéreas com datas flexíveis e a emissão de passagens promocionais. Desde então, a empresa vem sendo alvo de diversos processos na Justiça.
Mais de um ano depois do “crash” financeiro da 123 Milhas, o caso ainda corre devagar no Poder Judiciário e a agência deve propor um plano detalhado de recuperação judicial sobre como irá pagar os cerca de 800 mil credores a quem deve dinheiro.
Como idas, vindas e reviravoltas, o caso da 123 Milhas foi detalhado no podcast UOL Prime, apresentado por José Roberto de Toledo, nesta quinta-feira (26/12), durante uma entrevista com a jornalista Juliana Sayuri sobre os desdobramentos da situação da empresa.
A repórter explicou como a 123 Milhas ignorou alertas internos sobre o prejuízo do produto Promo123 e, segundo ex-funcionários, mentiu a autoridades e clientes durante a crise que levou a empresa a pedir recuperação judicial, no ano passado.
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Depois, narrou o impasse da recuperação judicial, ao longo de 2024. “Ocorreu uma disputa entre juízes e administradores judiciais que prolongou ainda mais o processo”, disse Sayuri.
“Depois de mais de um ano de impasses, os credores agora têm uma perspectiva. Foi publicado no final de outubro o edital de convocação de milhares de credores”, acrescentou.
Ela também reportou que os sócios da 123 Milhas, que devem mais de R$ 2 bilhões, receberam R$ 45 milhões de lucro indevido.
Neste mês, o Ministério Público de Minas Gerais denunciou cinco dirigentes do grupo 123 Milhas suspeitos de crimes contra relações de consumo, crimes falimentares e lavagem de dinheiro.
“Segundo as investigações, os denunciados sabiam que o Promo123 era inviável ao menos desde junho de 2022, mas continuaram vendendo o produto promocional flexível até agosto de 2023”, revelou a jornalista.
Se a Justiça de Minas Gerais aceitar as denúncias, os cinco se tornarão réus.
*Com informações do UOL.