O dólar fechou em forte alta nesta segunda-feira (7/4), cotado a R$ 5,91, em meio ao agravamento das tensões comerciais globais. A valorização da moeda americana, de 1,29% no dia, reflete o nervosismo dos mercados diante da escalada das tarifas entre os Estados Unidos e a China. Durante a sessão, o dólar chegou a ser negociado a R$ 5,9313, no maior patamar do dia.
O temor de uma guerra comercial ganhou força após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar impor novas tarifas de 50% sobre produtos chineses, caso Pequim não recue nas medidas de retaliação anunciadas na sexta-feira (4/4).
A escalada começou na última quarta-feira (2/4), quando Trump revelou um pacote de tarifas que varia de 10% a 50% sobre importações de mais de 180 países. No sábado (5/4), as primeiras taxas entraram em vigor, com destaque para os 34% aplicados à China.
Como resposta, o governo chinês impôs tarifas equivalentes sobre produtos norte-americanos e indicou que poderá adotar novas restrições, inclusive sobre a exportação de minerais estratégicos. O mercado agora também observa com atenção a possível reação da União Europeia, que sinaliza adotar medidas semelhantes nos próximos dias.
O agravamento da disputa comercial acendeu o alerta para uma possível recessão global, já que o aumento de tarifas tende a encarecer produtos, pressionar a inflação, reduzir o consumo e desacelerar o comércio internacional. Como reflexo, os mercados acionários ao redor do mundo tiveram mais um dia de fortes perdas.
Na bolsa brasileira, o Ibovespa caiu 1,31% nesta segunda, encerrando o pregão aos 125.588 pontos. O índice já havia recuado 2,96% na sexta-feira.
Desempenho dos mercados
Dólar:
-
Fechamento: R$ 5,9106 (+1,29%)
-
Máxima do dia: R$ 5,9313
-
Acumulado:
-
+1,29% na semana
-
+3,59% no mês
-
-4,35% no ano
-
Ibovespa:
-
Fechamento: 125.588 pontos (-1,31%)
-
Acumulado:
-
-1,31% na semana
-
-3,59% no mês
-
+4,41% no ano
-
Bolsas internacionais:
-
Ásia: destaque para Hong Kong (-13,22%) e índice CSI 1000, da China (-11,39%)
-
Europa: principais índices em queda superior a 4%
-
EUA: apenas o Nasdaq operou em leve alta
O cenário continua incerto, e analistas alertam que novos desdobramentos nas relações comerciais podem trazer ainda mais volatilidade aos mercados nos próximos dias.