Correios negociam empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar estatal em crise

(Foto: reprodução)
Com a finalidade de reestruturação e manutenção de dinheiro em caixa, os Correios anunciaram nesta quarta-feira (15/10) que estão negociando um empréstimo de R$ 20 bilhões com instituições financeiras. Desde 2024 a estatal vem enfrentando dificuldades financeiras e acumulando prejuízos.
O anúncio foi feito pelo presidente da empresa, Emmanoel Schmidt Rondon, que assumiu o cargo há menos de um mês. Segundo ele, o acordo com os bancos ainda está em fase de negociação.
“A gente precisa recuperar a liquidez da empresa para que a gente possa, por exemplo, ter capacidade de pagar o Plano de Demissão Voluntária (PDV). Estamos fazendo uma operação com bancos para a realizar uma operação de tomada de recursos”, declarou Rondon.
De acordo com o balanço divulgado em setembro, os Correios registraram prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, mais que o triplo das perdas do mesmo período de 2024, que somaram R$ 1,3 bilhão.
A estatal também reduziu drasticamente suas reservas: em 2024, utilizou R$ 2,9 bilhões dos valores em caixa e aplicações, o que corresponde a 92% dos recursos disponíveis em 2023. Para cobrir o déficit operacional, a gestão anterior havia recorrido a um empréstimo emergencial de R$ 1,8 bilhão, que se mostrou insuficiente.
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A falta de liquidez provocou atrasos em pagamentos e repasses, afetando fornecedores, transportadoras e agências conveniadas. O plano de saúde dos funcionários também foi impactado, com a suspensão de atendimentos em algumas redes hospitalares.
Segundo Rondon, a crise é resultado da demora na adaptação da empresa às novas condições de mercado. “A nossa empresa não se adaptou de uma forma ágil a uma nova realidade e essa falta de adaptação fez com que a gente sofresse no resultado, com falta de caixa”, afirmou.
Plano de reestruturação
A estatal anunciou um conjunto de medidas dividido em três frentes:
- Redução de despesas operacionais e administrativas;
- Diversificação das fontes de receita e recuperação da geração de caixa;
- Restabelecimento da liquidez, com a tomada do novo empréstimo.
Entre as ações previstas estão um novo Plano de Demissão Voluntária, a venda de imóveis ociosos e a renegociação de contratos com grandes fornecedores, sem comprometer a segurança jurídica das operações.
O empréstimo de R$ 20 bilhões deverá reforçar o caixa da estatal entre 2025 e 2026, garantindo fôlego financeiro para a implementação das medidas estruturais.
*Com informações do G1.
