Acordo União Europeia e Mercosul abre novas possibilidades para exportadores amazonenses

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa, participou de reunião de secretários com o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, no qual foi anunciado a assinatura (20 de dezembro) do maior acordo comercial da história entre os 27 países da União Europeia e os quatro membros plenos do Mercosul.
Este acordo terá impactos profundos para os Estados da Amazônia brasileira, pois um capítulo inteiro trata de desenvolvimento sustentável, respeito a biodiversidade e, principalmente, restrições a compras pelos países europeus de produtos oriundos de países do Mercosul que registrem perda de floresta tropical primária.
Apesar de essas restrições trazer preocupações aos exportadores brasileiros, Serafim Corrêa afirma que o acordo, costurado há mais de vinte anos, abre muitas possibilidades para as exportações a partir do Amazonas, sobretudo de produtos da bioeconomia. “Isso abre portas para nossa corrente de comércio e estamos todos de parabéns”, afirmou o secretário.
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Um leque de possibilidades para produtos made in Manaus
A bioeconomia surge como a grande alternativa de diversificação das exportações do Amazonas para países da União Europeia. Castanha do Brasil, açaí, guaraná, óleos vegetais e pescados apresentam demanda no mercado europeu. Empresas do Amazonas buscam certificações ambientais e sanitárias para atender às regras de origem e rastreabilidade exigidas no bloco a partir do acordo.
Atualmente este segmento tem exportações em volumes muito baixos, mas as possibilidades são grandes. A empresa Virrosas, por exemplo, começou neste ano a exportar açaí liofilizado e tucupi para Portugal, com expectativas grandes de aumentar o volume de negócios com os países do Velho Mundo.
O segmento de cosméticos naturais utiliza insumos da floresta e identifica oportunidades de fornecimento para indústrias da União Europeia.
Óleos essenciais, como o extraído de Pau-Rosa para produção do fixador do famoso perfume Chanel 5; extratos e manteigas vegetais integram a lista de produtos com possibilidade de acessar nichos específicos, como perfumaria e cuidados pessoais com muito mais intensidade a partir do acordo.
A indústria de plásticos e embalagens mantém produção em volume elevado no Polo Industrial de Manaus (PIM). Parte desse material é direcionada a cadeia de suprimento internacionais. A ampliação das vendas depende de acordos logísticos e de competitividade de custos.
Equipamentos destinados ao setor de energia renovável também entram na avaliação das empresas. A produção de painéis solares e baterias em Manaus pode atender a fabricantes e distribuidores europeus que buscam fornecedores fora do continente.
Por outro lado, os países europeus poderão entrar no Brasil em setores que hoje têm um nicho garantido e terão de correr para conseguir competir com produtos europeus, como o setor de compras governamentais, medicamentos (exceto os genéricos, que são uma criação nacional), equipamentos hospitalares e obras públicas, uma vez que a engenharia europeia é muito mais desenvolvida que a nossa.






