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Terras raras: Samuel Hanan defende tributação e agregação de valor na exploração de Pitinga

Terras raras: Samuel Hanan defende tributação e agregação de valor na exploração de Pitinga

Ex-dirigente da empresa que implantou a mina de Pitinga, Samuel Hanan defendeu a exploração de terras raras na região, mas não a exportação de produto in natura

A briga pelo acesso aos minerais classificados de “terras raras”  que mobiliza os governos de Donald Trump (EUA), do Brasil, China e Ucrânia é mais geopolitica do que econômica, avalia o ex-vice-governador do Amazonas Samuel Assayag Hanan, homenageado nesta quinta-feira (21/8) durante a 315ª reunião do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas (Codam).

Um dos donos da extinta Mineradora Paranapanema, que criou, desenvolveu e operou a mina do Pitinga, no município de Presidente Figueiredo, na Região Metropolitana de Manaus, Samuel Hanan afirmou que o Amazonas tem um potencial enorme para desenvolver produtos a partir de terras raras existentes em Pitinga, que é rco em Itrium.

“Pitinga é uma das maiores reservas de terras raras do mundo e já está com os chineses. Então (o Amazonas) não pode deixar exportar  matéria prima in situ (sem agregar valor), tem que desenvolver (produtos) aqui. Tributar (os chineses), pois é a maior reserva de itrium do mundo e não há nada, não há um equipamento de últiima geração sem itrium”, analisou Hanan, que por formação é Engenheiro com especialiização em metalurgia.

Questionado sobre o sucesso do projeto de Pitinga, que começou quando ele era dono da Mineradora Paranapanema, Samuel Hanan diz que a mina tem um grande potencial pela frente devido a quantidade de terras raras, minerais que ele considera o petróleo deste século.

“Quanto a essa questão dos EUA, as pessoas estão fazendo uma leitura errada. Essa briga é geopolítica, pois China e Índia colocaram juntas três bilhões de pessoas para comer e isso mudou tudo (na relação entre o Ocidente o o Oriente)”, analisou.

Confira a entrevista de Samuel Hanan ao portal Onda Digital:

 


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Hanan tem histórico empresarial e no setor público do Amazonas

Samuel Hanan foi um dos homenageados, ao lado do ex-vereador Joaquim Lucena (in memorian),  na reunião ordinária do Codam, nesta quinta-feira (21), que aprovou 64 projetos industriais que vão investir R$ 1,3 bilhão nos próximos três anos e gerar 3,7 mil empregos diretos.

Ao agradecer a homenagem, Hanan lembrou dos primórdos do Distrito Industrial quando as empresas eram construídas com concreto feito em betoneiras movidas a bateria, porque não havia luz elétrica, e alimentado por caminhões pipas, pois não havia rede de abastecimento.

“Esse é um projeto vencedor, que demandou muito trabalho. Lembro que no governo Amazonino  Mendes tivemos que ir ao Supremo (Tribunal Federal) diversas vezes para defender o modelo e todas as vezes saímos vitoriosos por unanimidade”, lembrou.

Perfil de Hanam mostra um técnico que virou político

Nasciido no município de Tefé, na região do Médio Solimóes, Hanan é Engenheiro Industrial com especialização em metalurgia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde também concluiu pós-graduações em Engenharia de Segurança, Higiene e Trabalho e em Engenharia Econômica e Administração de Empresas.

Com uma extensa carreira no setor privado, ocupou cargos de destaque em importantes conglomerados como:

  • Diretor e presidente da Companhia Industrial Amazonense e da CESBRA;

  • Diretor e executivo na Brascan (atualmente Brookfield) e no Grupo Paranapanema;

  • Vice-presidente executivo e CFO da British Petroleum para a América do Sul.

Ainda no setor empresarial, atuou como presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Estanho e integrou conselhos de empresas como Abramo, Ibram, Federações das Industrias dos Estados do Rio de Janeiro (Firjam) e de São Paulo (Fiesp).

Na esfera pública, sua trajetória inclui:

  • Secretário de Estado da Indústria, Comércio e Turismo do Amazonas (1995–1997);

  • Secretário de Estado da Fazenda (1995–1998);

  • Vice-governador do Amazonas (1999–2002), tendo assumido interinamente o governo por mais de 360 dias.

Foi um dos principais articuladores na criação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), sendo considerado um dos fundadores da instituição.

Nos últimos anos, Samuel Hanan tem se destacado como intelectual e articulista. É autor de diversos livros que reúnem análises críticas sobre temas nacionais e regionais, como:

  • Brasil – um país à deriva (coautoria com Daniel Falcone Hanan), que aborda dilemas como Constituição, reeleição, moralidade e corrupção;

  • Brasil pós CF 88, a conjuntura atual em números, publicado em 2025, com foco nos impactos das políticas públicas desde a promulgação da Constituição.