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Reforma da Previdência: oposição e base aliada travam um duelo retórico em dia de votação final

O principal ponto de divergência entre a oposição e o governista diz respeito aos cálculos atuariais, que preveem um rombo nas contas do ManausPrev nos próximos 25 anos
17/11/25 às 13:43h
Reforma da Previdência: oposição e base aliada travam um duelo retórico em dia de votação final

(Foto: Reprodução/Youtube)

Os vereadores da oposição que batalham pela retirada de pauta do projeto de lei da Reforma da Previdência da Prefeitura de Manaus estão apostando em mudar o voto de dois ou três colegas para arquivá-lo sem votação em segundo turno, nesta segunda-feira (17/11).

Com as galerias da Câmara Municipal de Manaus (CMM) cheia de professores, que estão em greve e convocaram uma vigília para tentar sensibilizar os parlamentares, o vereador José Ricardo (PT) afirmou que tinha esperanças de que alguns colegas mudassem de posição e o grupo pudesse chegar ao número “mágico” de 12 vereadores, o suficiente para garantir o arquivamento da reforma da Previdência.

Como defendeu ao longo da tramitação do projeto, José Ricardo insistiu que ele traz muitos prejuízos a todos os servidores de carreira da prefeitura, com maior tempo de serviço, regras de transição alongadas e um tempo maior de serviços para as mulheres, consideradas por ele as maiores prejudicadas.

“Esse projeto é uma agressão ao direito dos trabalhadores e, certamente, se for aprovado, vamos ter de recorrer à Justiça porque há pontos claramente inconstitucionais”, defendeu o petista.

O principal ponto de divergência entre a oposição e o governista diz respeito aos cálculos atuariais, que preveem um rombo nas contas do ManausPrev nos próximos 25 anos, o que motiva a prefeitura a tentar reverter esse quadro apertando as regras para a concessão de aposentadores e pensões.

“Deficitário, o sistema sempre foi, mas nada sinaliza que a prefeitura terá dificuldades para pagar aposentadorias no futuro. A prefeitura tem orçamento crescente e que cobre esse montante, que no futuro precisará ser complementado”, defendeu José Ricardo.

Também do grupo oposicionista, que conta com dez votos apenas, o vereador Rodrigo Guedes (PP) fez um apelo aos colegas para que mudem seus votos e demonstrem uma empatia com os servidores, que terão de trabalhar mais e ganhar menos quando forem se aposentar.

“Eu me comprometo, inclusive, a discutir um novo projeto de reforma da previdência, mas este que está tramitando é muito cruel. Vamos discutir um que seja minimamente decente”, prometeu Guedes visando sensibilizar os colegas.

O vereador também criticou a possibilidade do presidente David Reis (Avante) convocar uma sessão híbrida para aprovar o projeto em segundo turno sem que os vereadores favoráveis encarem a população nas galerias. “Ai, seria uma completa imoralidade, votar em ouvir as pessoas, sem inclusive ligar a câmera do telefone. Isso seria inadmissível”, afirmou.


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Secretário aposta no tempo para ter reconhecimento

O secretário de Articulação Política da prefeitura de Manaus, Walfran Torres, foi pessoalmente a CMM nesta segunda-feira para comandar os esforços da base aliada para aprovar a Reforma da Previdência em segundo turno. Ele afirmou que o tema é espinhoso, mas era necessário enfrentá-lo, pois o recurso que a prefeitura aporta hoje no sistema faz falta na hora de investir em áreas que a cidade está carente.

“Os servidores estão no direito deles de serem contra, pois este tema é espinhoso e enfrentou protestos em todos os lugares onde foi debatido, mas nós já provamos que é uma necessidade e no futuro eles vão compreender que a reforma foi necessária”, afirmou.