Conheça Delegado Marcelo Freitas, relator do caso que pode cassar Eduardo Bolsonaro

(Foto: montagem)
O deputado federal Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-MG) foi escolhido como relator do processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que pode resultar na cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A confirmação ocorreu nesta sexta-feira (26/9), pelo presidente do colegiado, Fábio Schiochet (União-SC).
Natural de Montes Claros, em Minas Gerais, Marcelo Eduardo Freitas, de 49 anos, é delegado licenciado da Polícia Federal e cumpre atualmente o segundo mandato parlamentar. Filiado ao União Brasil, é visto por colegas como um político de “perfil discreto”, que evita embates públicos diretos e costuma priorizar articulações internas.
O parlamentar ganhou destaque em 2019 ao relatar a PEC da Previdência, considerada a principal reforma do governo Jair Bolsonaro (PL). Além disso, integrou a ‘tropa de choque’ do então presidente em Minas Gerais durante a campanha eleitoral de 2018.
Apesar da aproximação inicial com o bolsonarismo, Freitas se afastou após o racha do PSL, quando decidiu apoiar Luciano Bivar, então presidente do partido. Em 2022, no entanto, voltou a declarar apoio à reeleição de Bolsonaro.
“O União Brasil em Minas apoiará Jair Messias Bolsonaro porque compreende que, entre as propostas colocadas, essa é a melhor opção para o nosso país”, afirmou na época.
Saiba mais:
- Eduardo Bolsonaro critica senadores que derrubaram PEC da Blindagem: “Serviçais”
- Eduardo Bolsonaro diz que Trump foi ‘estratégico’ ao elogiar Lula na ONU
Processo contra Eduardo Bolsonaro
A escolha de Marcelo Freitas como relator é vista na Câmara como um “cartão amarelo” para Eduardo Bolsonaro, embora não seja considerada, neste momento, um indicativo definitivo de cassação. O processo foi movido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que acusa o deputado do PL de usar uma licença parlamentar para viajar aos Estados Unidos. Durante a estadia, ele teria articulado sanções contra autoridades brasileiras e feito ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que poderia configurar atentado à soberania nacional.
Além disso, Eduardo Bolsonaro ficou sete meses fora do país e responde por faltas não justificadas desde julho, quando sua licença terminou. Nesta semana, ele também foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por coação no curso do processo relacionado à tentativa de golpe de Estado de 2022.
Relatoria técnica e perfil discreto
No Conselho de Ética, o relator tem até 40 dias, prorrogáveis por mais dez, para apresentar o parecer. Após a análise, o relatório é votado no colegiado e pode seguir para o plenário da Câmara.
Aliados de Bolsonaro consideram Freitas um nome menos hostil do que outros sorteados, como Duda Salabert (PDT-MG) e Paulo Lemos (PSOL-AP). Com a relatoria confirmada, a expectativa é de que o processo siga de forma técnica, embora o risco de cassação de Eduardo Bolsonaro seja avaliado como elevado pela maioria dos parlamentares.
*com informações de Estadão Conteúdo
