No Amazonas, como em boa parte do país, a divisão entre direita e esquerda é clara — mas o que realmente chama atenção neste momento é o contraste entre a união da esquerda e a “dispersão” da direita.
ESQUERDA UNIDA
De um lado, a esquerda tem se mostrado afinada. Um grupo que se organiza em torno dos nomes de Omar Aziz e Eduardo Braga vem conseguindo atrair e manter aliados importantes no mesmo palanque. Marcelo Ramos, Sinésio Campos, Zé Ricardo e até o prefeito David Almeida já aparecem orbitando essa frente, que parece ter entendido o recado das urnas passadas: sozinho, ninguém chega lá.
Independentemente de quem será o cabeça de chapa, há um esforço visível de construir uma imagem de força política coletiva. A prioridade tem sido mostrar articulação, volume e capacidade de mobilização — ingredientes essenciais para quem deseja disputar, e vencer, uma eleição majoritária.
DIREITA DISPERSA
Já do lado da direita, o cenário é outro: há representatividade, mas ainda falta sintonia em conjunto.
A base está dividida em vários núcleos de liderança, que até agora não se alinharam em torno de um projeto comum.
O governador Wilson Lima, que tem demonstrado grande interesse e alinhamento com o grupo nacional, parece manter seu próprio grupo político isolado. Com algumas articulações mas ainda sem um movimento claro de união com o restante dos representantes da direita local.
O PL “de Alfredo Nascimento” ensaia movimentos próprios apostando com a chagada da Maria do Carmo ao partido.
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E o terceiro bloco da direita une nomes de representantes na esfera municipal, estadual e federal: Alberto Neto, Delegado Péricles, Rosses e Salazar — tem se mostrado unidos e alinhados partilhando de alguns objetivos em comum.
O resultado é uma direita com vários rostos, mas sem união. E, enquanto isso, a esquerda sobe no palanque com discurso alinhado e uma estética de unidade que pesa no jogo político.
A eleição se aproxima, e o tempo para “acertar a banda” está ficando curto. Se a direita não encontrar logo um ponto de convergência, corre o risco de entrar em campo com um time cheio de craques, mas sem técnico — e sem tática.