Dia do Idoso: etarismo no mercado de trabalho e desvalorização dos mais velhos

Foto: Reprodução.
1º de outubro é o Dia Internacional do Idoso, uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para incentivar a reflexão sobre o envelhecimento e também garantir proteção e participação social para a pessoa idosa. E na sociedade atual, o mercado de trabalho é um dos campos onde essa população mais sofre preconceito.
Segundo pesquisa realizada pelo Grupo Croma, com base em dados da Oldiversity, divulgados em 2024, pelo menos 86% da população acima dos 60 anos afirma já ter enfrentado algum tipo de preconceito em relação ao mercado de trabalho, independentemente de suas habilidades e experiências. É o chamado etarismo, o processo de discriminação e preconceito com base na idade, e que se manifesta em diversas esferas, principalmente nos locais de trabalho.
Essa situação se agravou durante a pandemia da Covid-19, principalmente, entre o último trimestre de 2019 e o ano de 2020, no qual cerca de 800 mil profissionais com mais de 60 foram demitidos ou ficaram desocupados e à procura de trabalho de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O problema é que na nossa sociedade altamente tecnológica e dinâmica, o etarismo já começa a afetar pessoas até mais jovens. Segundo levantamento da pesquisa “Etarismo e Inclusão 2023”, da consultoria de recrutamento e inovação Robert Half, 70% das empresas contratam muito pouco ou nenhum profissional com mais de 50 anos.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE), as pessoas acima dos 50 anos representam mais de 25% da população e 22% da força de trabalho no Brasil. Porém, apenas 5,6% das empresas afirmaram ter contratado profissionais nessa faixa etária na mesma proporção (25%).
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E no Amazonas?
A Onda Digital falou com Patrik Costa, gerente de Intermediação de Mão de Obra do Sine Amazonas, para que ele fornecesse informações sobre o mercado de trabalho no estado em relação à inclusão de pessoas idosas. Ele confirmou que o etarismo é uma realidade no mercado.
Patrik Costa disse:
“A questão do Etarismo se faz muito presente. Através dos perfis percebemos que na grande maioria, ela é um requisito na grande maioria das oportunidades. Mas tem alguns fatores em que a faixa etária é determinante, nos casos de determinadas funções e atividades considerando a questão do esforço físico, entre outras situações”.
O gerente também confirmou que preconceito no mercado de trabalho por conta da idade já está atingindo pessoas mais novas que 60 anos. Costa declarou:
“Sim, trabalhadores na faixa etária dos 50 anos sofrem para conseguir uma colocação para o mundo do trabalho no estado do Amazonas, esta é uma realidade. Sendo que tal fator é determinante em muitos casos, e grande parte destes trabalhadores e trabalhadoras deixem de buscar uma oportunidade de trabalho formal ou se direcionando para a informalidade”.
*Com informações de Correio Braziliense
