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Amazonense, que era coordenador de benefícios do INSS, é preso após nove horas de depoimento na CPMI

Com muitas contradições e omissões, servidor do INSS de Manacapuru recebeu voz de prisão e está em uma sala da Polícia Legislativa do Senado
02/12/25 às 08:57h
Amazonense, que era coordenador de benefícios do INSS, é preso após nove horas de depoimento na CPMI

Jucimar Fonseca é serviidor de carreira do INSS desde 2012 e foi vereador em Manacapuru

O ex-coordenador-geral de pagamentos e benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o amazonense Jucimar Fonseca da Silva, foi preso no fim de seu depoimento à CPMI do INSS no início da madrugada desta terça-feira (2/12).

Depois de cerca de nove horas de depoimento, o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou à Polícia Legislativa do Senado que efetuasse a prisão, diante das contradições apontadas pelos parlamentares e pela recusa anterior do depoente em prestar explicações ao colegiado.

Jucimar havia sido convocado para explicar por que apoiou a liberação de descontos em massa na folha de pagamento de aposentados e pensionistas, mesmo diante de parecer contrário do Ministério Público. O ex-coordenador foi conduzido à CPMI pela Polícia Legislativa do Senado, após se negar a comparecer em duas convocações anteriores. Durante a oitiva, criticou a forma como foi levado à comissão em condução coercitiva, mas Viana reagiu.

“Há mais um ponto que não pode ser ignorado. O depoente que, hoje, diz que não viu irregularidade é o mesmo que faltou duas vezes, apresentou dois atestados e tentou escapar de uma perícia médica do Senado. Quem nada deve, não foge. Quem confia na própria inocência, não evita depoimento. Quem está com a consciência tranquila, não teme a verdade”, argumentou o senador.

CPMI DO INSS
Senador Carlos Viana dá voz de prisão para Jucimar Fonseca, amazonense que foi vereador em Manacapuru

 


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Amazonense e ex-vereador do PL em Manacapuru

Jucimar Fonseca da Silva está afastado do cargo desde o dia 6 de maio quando a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Sem Descontos, que apurou a realização de descontos indevidos em benefícios previdenciários de aposentados e pensionistas do INSS, o que gerou um prejuízo às vítimas de quase R$ 88 bilhões aos cofres públicos.

O amazonense é servidor concursado do INSS, onde ingressou no início da década passada após ter trabalhado em um projeto social da Polícia Civil do Amazonas. Jucimar também cumpriu um mandato de vereador na Câmara Municipal de Manacapuru pelo PL.

A ascensão meteórica de Jucimar, que era servidor lotado em Manacapuru, no interior do Amazonas, até o posto de coordenador de pagamentos do INSS em Brasília, chamou atenção dos parlamentares integrantes da CPMI do INSS. O deputado Paulo Pimenta (PT/RS) insistiu durante o depoimento para que Jucimar revelasse o nome do padrinho dele nesta subida rápida na estrutura do órgão.

“Ninguém sai do interior do Amazonas para um cargo alto em Brasília sem um padrinho”, afirmou Pimenta, que não obteve resposta do depoente.

Em entrevista depois da prisão, Viana afirmou que Jucimar foi reiteradamente avisado sobre a obrigatoriedade de seu comparecimento à CPMI e também estava ciente de que não poderia ausentar-se por motivos médicos sem passar por perícia.

Além disso, o depoente havia afirmado que somente a partir de 2023 passou a emitir pareceres técnicos sobre acordos de cooperação técnica (ACTs), quando o colegiado mostrou que desde 2021 ele já desempenhava a atividade.

“Não é possível que uma pessoa com a experiência de vida e profissional dele dentro do INSS não soubesse o que estava acontecendo. (…) O tempo da paciência com quem vem mentindo à CPMI acabou”, disse Viana.

Antes de anunciar a prisão, Carlos Viana também afirmou que pedirá a prorrogação dos trabalhos da CPMI até maio de 2026, argumentando que as investigações ainda têm desdobramentos relevantes a serem apurados.