A decisão que está nas mãos do governador Wilson Lima pode redefinir o rumo da política amazonense pelos próximos anos. E não é exagero: seus próximos movimento tem potencial para provocar realinhamentos, rupturas e até instaurar uma nova era no comando do Estado.
Nos bastidores, ganha força a possibilidade de Wilson deixar o cargo de governador para disputar uma vaga ao Senado. Um movimento que carrega uma série de consequências políticas.
Se Wilson sair, o governo cai no colo de Tadeu de Souza, seu vice — que, vale lembrar, é aliado direto e amigo de infância do prefeito David Almeida. Com isso, o grupo de David teria nas mãos não apenas a prefeitura de Manaus, mas também o governo do estado.
Em termos práticos, David poderia se desincompatibilizar da prefeitura, deixar a cadeira nas mãos do seu vice Renato Júnior — seu aliado fiel — e disputar o governo com o apoio do então governador Tadeu. A união das máquinas municipal e estadual criaria um cenário perfeito.
Mas política, como se sabe, é feita sinais, alianças e ambições — e nem tudo é automático.
Para que esse plano funcione, Tadeu precisaria abrir mão de seus próprios planos políticos e não disputar o governo. Uma renúncia pessoal em nome da lealdade. Tadeu teria que “morrer” politicamente para que David pudesse viver seu auge.
A decisão do Wilson se tornaria o maior presente político para David. E, há quem diga que o David torce todos os dias para isso acontecer.
Há, no entanto, uma segunda via:
Wilson pode sair, sim — mas Tadeu pode decidir que é a sua vez. Com o governo na mão, apoio e articulação em curso, ele pode fortalecer seu nome. E, nesse cenário, David tem dois caminhos: rompe com o amigo ou adia seus planos e aceita compor numa tentativa de manter alguma influência sobre a máquina estadual.
E então vem a terceira opção: Wilson não sai.
Cumpre seu mandato até o fim, neutraliza as ambições de Tadeu e esvazia o plano de David.
Ele poderia aproveitar o peso político que tem nas mãos junto a super federação formada por União Brasil e Progressistas, e ainda articular com o PL para montarem juntos uma verdadeira “máquina de triturar” eleitoral, capaz de compor uma chapa forte da direita no Amazonas.
Nesse cenário, Wilson pode ainda indicar um nome de confiança para disputar o governo — ou simplesmente apoiar outro candidato e garantir um vice de sua aliança.
Muitos cenários e uma única certeza: como no Amazonas, até boi voa, tudo pode acontecer.
Façam suas apostas.