Se eu fosse conselheiro político da professora Maria do Carmo (PL), seria totalmente contra a publicação do vídeo em que ela comenta o Festival de Parintins. Embora concorde com muito do que foi dito, a iniciativa foi um erro estratégico para sua pré-candidatura. Eis os principais pontos:
1. A pré-candidata tem até o fim do ano para se mostrar viável, política e partidariamente. Pergunto: em que esse vídeo ajudou a conquistar apoios? Pelo contrário, isolou Maria, inclusive dentro do próprio PL — ao menos cinco parlamentares do partido estavam no festival. Se ela desconhecia isso, cometeu uma falha grave para quem pretende um cargo majoritário.
2. Em vez de dialogar com lideranças e partidos, Maria fez uma publicação que soou como superioridade moral — interpretação comum entre agentes políticos com quem conversei. Resultado: enfraqueceu sua articulação e isolou ainda mais sua pré-candidatura.
3. A crítica ao festival, ao turismo e à classe política poderia ter sido feita em outro momento. No dia do evento, com autoridades locais e nacionais presentes, o impacto foi apenas negativo. A professora não precisa de curtidas, mas de construir alianças — e certos recados podem ser dados por terceiros.
4. Ao não ir ao Festival de Parintins, Maria perdeu uma chance de ouro. Que outro evento reúne tantos vereadores, deputados e prefeitos do interior? Nenhum. Além de não aproveitar, politicamente, ainda afastou possíveis aliados com seu vídeo. Como diz a máxima: ninguém é candidato de si mesmo.
Assista o vídeo: