Um turista foi agredido durante o desfile do bloco Marimbondo Não Respeita, na tarde de segunda-feira (3/3), no Rio de Janeiro. A agressão teria sido motiva pelas tatuagens de símbolos nazistas que o homem apresentava.
A identidade e a nacionalidade do homem não foram divulgadas.
Em fotos divulgadas nas redes sociais, é possível observar que o turista estrangeiro apresentava como tatuagens duas suásticas, Sol Negro e a sigla da Polícia do Estado da Alemanha nazista.
Segundo testemunhas, ao ser agredido o homem só repetia “I’m not a nazi” (Não sou nazista, em inglês).
De acordo com a Polícia Militar, agentes ficaram sabendo da agressão, mas não houve registro de ocorrência policial.
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Símbolos nazistas
Ao ver as imagens, o historiador Frank de Paula, envolvido em estudos sobre a extrema direita no mundo e membro do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da UFRJ, afirmou:
“Não tem como negar que é um símbolo nazista. É uma suástica com formato levemente incorreto, usada por ocidentais até para negar que é um símbolo neonazista. São os chamados ‘criptonazistas’ como forma de disfarce. Não é incomum ver pichações com suásticas feitas com o mesmo tipo de formato dessa tatuagem relacionadas ao nazismo nos anos 1990 e 2000”.
Já o sol negro é um símbolo popular entre neonazistas. A Liga Anti-Difamação (entidade que combate o avanço do antissemitismo) explica que o símbolo — composto por dois círculos concêntricos e raios que partem do círculo menor para o maior— é usado em diferentes versões por diversas culturas, como os nórdicos antigos e os celtas. Foi incorporado entre neonazistas, especialmente o Batalhão Azov, uma milícia neonazista. Ele costuma vir junto com uma suástica.
A prática pode ser considerada criminosa no Brasil, mas não há consenso. Ostentar frase racista ou suástica pode se enquadrar na Lei do Racismo, mas cada caso precisa ser analisado isoladamente.
Com informações de Metrópoles e UOL.