Um homem foi preso nesta sexta-feira (16/5), no Rio de Janeiro, suspeito de tortura contra e enteada de quatro anos. O caso, investigado pela 37ª Delegacia de Polícia (Ilha do Governador), causou forte comoção entre os agentes responsáveis.
Estado de saúde da enteada
Segundo a Polícia Civil, a criança foi levada em estado gravíssimo ao Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Exames médicos identificaram perfuração intestinal, fratura no braço e sepse abdominal.
A equipe médica disse que a menina chegou ao hospital à beira da morte. Ela sofreu quatro paradas cardíacas, apresentava vômitos, múltiplos hematomas e permanece internada, entubada e com risco de vida.
Leia também:
Homem condenado por abusar de ex-enteada é capturado em oficina no interior do AM
Fotógrafo é preso suspeito de estuprar enteada de 11 anos em Parintins
Investigações
Durante as investigações, os policiais civis tiveram acesso a conversas entre o padrasto e a mãe da criança. Em uma das mensagens, o homem afirma:
“Ela é forte porque estou moldando na dor. Fica fraco quando é só amor”. A mensagem provocou revolta nos investigadores, que classificaram o conteúdo como uma “evidente prática de tortura”.
As apurações indicam que a criança era frequentemente trancada em banheiros escuros e obrigada a ingerir fezes. As agressões eram recorrentes e justificadas com alegações falsas de “quedas” ou “acidentes domésticos”, segundo os relatos colhidos.
O que diz a polícia
De acordo com o delegado Felipe Santoro, titular da 37ª DP, o caso ultrapassa os limites da violência doméstica e se configura como tortura sistemática, com um grau de crueldade extremo.
“Estamos diante de um verdadeiro carrasco. A frieza das mensagens, o padrão de agressões e a omissão deliberada de socorro mostram um cenário de terror que vinha se arrastando há meses”, afirmou o delegado.
Em outra troca de mensagens, a mãe confronta o companheiro, apontando uma das agressões:
“Eu vi você dando uma joelhada nela só porque ela não queria comer.”
As investigações seguem em andamento. O homem está preso, e a Polícia Civil busca entender a extensão das agressões e possíveis responsabilidades por parte da mãe.