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Presa injustamente por 6 anos, mulher morre 2 meses após ser absolvida

Jovem foi absolvida da acusação de ter participado de homicídio, mas morreu vítima de câncer diagnosticado na prisão
03/11/25 às 11:37h
Presa injustamente por 6 anos, mulher morre 2 meses após ser absolvida

Damaris Vitória Kremer da Rosa (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal).

Uma jovem, de 26 anos, morreu dois meses após passar seis anos presa injustamente no Rio Grande do Sul. Damaris Vitória Kremer da Rosa, 26 anos, não resistiu às complicações de um câncer no colo do útero diagnosticado enquanto ela estava na cadeia. Ela foi sepultada na última segunda-feira (27), no Cemitério Municipal de Araranguá (SC).

Damaris foi presa em agosto de 2019, após receber denúncia do Ministério Público por suposto envolvimento na morte de Daniel Gomes Soveral, em novembro de 2018. Segundo o MP, ela teria sido responsável por atrair a vítima até o local do crime em Salto do Jacuí, no noroeste gaúcho.

A defesa alegou que a jovem era inocente e que apenas relatou ao namorado que teria sido estuprada por Daniel. Revoltado, o homem teria assassinado a vítima e ateado fogo ao corpo.

Apesar da ausência de provas diretas contra Damaris, os pedidos de revogação da prisão preventiva foram rejeitados, e ela permaneceu detida.

Nos pedidos, ela relatava problemas de saúde, como sangramento vaginal e dor na região do ventre.


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Em março de 2025, devido ao agravamento do estado de saúde, a prisão foi convertida em domiciliar. Em abril, a justiça autorizou que ela ficasse na casa da mãe, com tornozeleira. Em agosto, a jovem foi a julgamento e absolvida por negativa de autoria baseada na falta de provas.

A advogada Rebeca Canabarro afirmou à imprensa:

“Fiz petições manifestando que ela estava tratando câncer e precisava transitar por hospitais. Ainda, havia a oscilação do peso. Pedi remoção da tornozeleira, mas nenhum desses pedidos foi atendido. Ela foi submetida a raio-x, exames, tudo com tornozeleira”.

Damaris morreu 74 dias após a absolvição.

O Ministério Público do RS publicou nota sobre o caso, informando:

“Na primeira oportunidade em que foi informada nos autos a doença da ré, não houve comprovação desta informação. Mas, a partir do momento em que a defesa fez o segundo pedido de liberdade, alegando e comprovando a doença, a ré foi, então, solta.”

*Com informações de G1 e Metrópoles