O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Edson Fachin, afirmou hoje que a Corte pretende criar uma rede para convidar ao país cerca de 100 observadores estrangeiros, incluindo europeus, para acompanhar o desenrolar da eleição presidencial deste ano.
Fachin fez essa afirmação na abertura de uma palestra sobre democracia e eleições na América Latina. Ele disse que, em virtude da tentativa de invasão ao Capitólio ocorrido em 2021 nos Estados Unidos, e das ameaças de morte a autoridades eleitorais no México, o Brasil “não pode ficar alheio” ao cenário exterior. Ele declarou:
“O mundo observa, com atenção, o processo eleitoral brasileiro de 2022. Somos, hoje, uma vitrine para os analistas internacionais, e cabe à sociedade brasileira garantir que levaremos aos nossos vizinhos uma mensagem de estabilidade, de paz e segurança, e de que o Brasil não mais aquiesce a aventuras autoritárias”.
Leia mais:
Omar Aziz rebate fala de Bolsonaro: “Deixe de conversa fiada”
Em depoimento a PF, empresário confirma pagamento a Renan Bolsonaro
A afirmação de Fachin ocorre depois do discurso exaltado do presidente Jair Bolsonaro na segunda, dia 16, no qual ele voltou a questionar a lisura das eleições e das urnas eletrônicas. Na abertura da 36ª Edição da Apas Show, em São Paulo, um evento do setor de supermercados, Bolsonaro disse que as eleições deste ano poderão ser “conturbadas”.
Segundo Fachin, já foram convidados a acompanhar as eleições no Brasil como observadores:
- OEA (Organização dos Estados Americanos);
- Parlamento do Mercosul;
- Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP);
- União Interamericana de Organismos Eleitorais (UNIORE);
- Centro Carter;
- Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (Ifes);
- Rede Mundial de Justiça Eleitoral.