Os registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças e adolescentes de até 14 anos continuam elevados após o retorno às aulas no Distrito Federal e nos estados de Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e o Amazonas acende alerta. A informação foi divulgada na última edição do Boletim Infogripe, da Fiocruz, nesta quinta-feira (20/2), no Rio de Janeiro.
Segundo dados divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), o Amazonas registrou 483 casos de SRAG entre os dias 1º de janeiro a 15 de fevereiro de 2025, sendo 169 por vírus respiratório. No mesmo período, 7 óbitos por vírus respiratórios foram contabilizados, sendo 5 de covid-19, 1 por parainfluenza e 1 por rinovírus. O registro é considerado uma queda, levando em conta 2024, quando 26 mortes foram registradas na mesma entre os mesmos dias.
Nas últimas três semanas (26/01 a 15/02), a faixa etária mais atingida é de pessoas com 60 anos ou mais (29%); menores de 1 ano (25,4%); 1 a 4 anos (14,2%); 20 a 39 anos (11,8%); 40 a 59 anos (10,7%); 5 a 9 anos (5,9%); e 10 a 19 anos (3%).
A SRAG é caracterizada por casos de síndrome gripal que evoluem para comprometimento respiratório, frequentemente exigindo hospitalização. Segundo a FVS, o ambiente escolar contribui para a disseminação de vírus respiratórios. “As crianças passam mais tempo em locais fechados e em contato próximo, facilitando a transmissão”, explica.
Aumento de casos entre bebês e circulação do VSR
O boletim também aponta um alerta para o crescimento de infecções pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) no Distrito Federal e em Goiás, o que tem provocado aumento de SRAG em bebês de até 2 anos. Tradicionalmente mais ativo no inverno, o VSR já causou mais de 460 casos de SRAG e 16 mortes somente neste ano.
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Covid-19 ainda é a principal causa de mortes
Apesar do avanço de outros vírus, a Covid-19 segue sendo a principal responsável por óbitos associados à SRAG. Em 2024, o número de mortes passa de 1.000, sendo que mais de 81% dos óbitos com diagnóstico confirmado de algum vírus foram causados pelo coronavírus. A maioria das vítimas são idosos.
Além disso, a pesquisa identificou aumento de casos com sinais compatíveis com Covid-19 em Mato Grosso, Roraima, Sergipe e Tocantins. No Tocantins, a alta entre jovens e adultos tem chamado a atenção.
Estados em alerta
Sete unidades da federação apresentam níveis de alerta ou risco de SRAG, independentemente da causa, com tendências de alta no curto e longo prazo:
📍 Amazonas
📍 Distrito Federal
📍 Goiás
📍 Rondônia
📍 Roraima
📍 Sergipe
📍 Tocantins
A Fiocruz recomenda atenção especial às medidas preventivas nas escolas e demais ambientes fechados, como ventilação adequada, higienização frequente das mãos e vacinação contra vírus respiratórios.
*Com informações da Agência Brasil