Cúpula do Clima em Belém propõe combate à fome como meta das políticas climáticas globais

Cúpula do Clima em Belém. (Foto: reprodução/ Ricardo Stuckert)
A Cúpula do Clima, encerrada nesta sexta-feira (7/11) em Belém (PA), aprovou a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, um compromisso firmado por 43 países e a União Europeia para colocar as populações mais vulneráveis no centro das estratégias globais de enfrentamento à crise climática.
O documento propõe uma mudança de paradigma: além de reduzir emissões e proteger ecossistemas, as políticas climáticas devem também combater fome, pobreza e desigualdade. Segundo o texto, as mudanças climáticas atingem todos, mas seus impactos são mais severos entre as populações sem acesso a proteção social.
“Quase metade da população mundial não tem acesso à proteção social, e muitos dos excluídos estão justamente entre os mais expostos aos impactos das mudanças climáticas”, destaca o documento, que defende o fortalecimento de redes de segurança social em regiões pobres e vulneráveis.
A declaração também orienta que o financiamento climático internacional apoie meios de subsistência sustentáveis, como a agricultura familiar, comunidades tradicionais e povos da floresta, promovendo empregos dignos e novas oportunidades econômicas em áreas afetadas pela crise ambiental.
Entre os países signatários estão Brasil, Alemanha, França, China, Chile, Indonésia, México, Noruega, Ruanda, Reino Unido, Espanha e Zimbábue, além da União Europeia.
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Racismo ambiental e justiça climática
Durante o evento, também foi aprovada a Declaração de Belém sobre o Combate ao Racismo Ambiental, que reconhece que a crise climática é, igualmente, uma crise de justiça racial. O texto propõe ampliar o diálogo entre nações para enfrentar desigualdades históricas que limitam o acesso a recursos e benefícios ambientais.
O documento segue aberto para novas adesões até a COP30, que será realizada em Belém de 10 a 21 de novembro de 2025.
Outras resoluções
A cúpula aprovou ainda a Declaração sobre a Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono e o Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis, que busca quadruplicar a produção e o uso de combustíveis limpos até 2035, em uma ação coordenada entre governos e setor produtivo.
O encontro em Belém marcou um passo decisivo rumo à COP30, reforçando o papel do Brasil como anfitrião e articulador de uma agenda climática mais inclusiva, justa e centrada nas pessoas.






