O ex-namorado de Vitória Regina de Sousa, 17, encontrada morta com sinais de tortura em uma área de mata em Cajamar (SP), se entregou na tarde desta quinta (6/3) na delegacia do município.
Segundo o delegado da seccional da região, Aldo Galiano, que apura o crime, o ex, Gustavo Vinicius Moraes, optou por se entregar à polícia ”por medo de retaliações vindas de populares da cidade”. Ele já tinha sido ouvido pela polícia, mas vai passar por novo questionamento devido à discrepâncias em seu depoimento.
A prisão temporária de Gustavo foi decretada pela Justiça. O delegado disse:
“Temos 14 pessoas ouvidas, os depoimentos foram confrontados e temos esse rapaz que não estava correspondendo na cronologia dos fatos”.
O delegado também disse que, no momento, o ex-namorado não é investigado como suspeito do assassinato, mas isso pode mudar. Ele continuou:
“Talvez ele não tenha executado, mas sabia de alguma situação de perigo que ela estava vivendo. Estamos levantando os dados para saber com quem ela falou, fazendo o cruzamento das ligações”.
No momento, a polícia trabalha com 3 linhas investigativas para elucidar o crime. Uma delas seria de vingança, mas o delegado não quis fornecer mais detalhes. Existe a suspeita de que a morte da jovem tenha sido encomendada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Ainda de acordo com o delegado, há pelo menos 6 suspeitos em consideração no momento.
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Entenda o crime: Assassinato de Vitória
O corpo da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, foi encontrado na quarta-feira (5) em uma área de mata em Cajamar, na Grande São Paulo. A jovem estava desaparecida há uma semana, após sair do shopping onde trabalhava para voltar para casa.
O corpo já apresentava decomposição e também sinais de tortura. Ela foi degolada e estava com a cabeça raspada, e foi identificada por familiares pelas tatuagens.
Momentos antes de desaparecer, Vitória enviou áudios para uma amiga relatando que estava sendo seguida e assediada por ocupantes de um carro. Nas mensagens, a jovem demonstrava nervosismo e medo:
“Passou os cara no carro e eles falaram: ‘E aí, vida? Tá voltando?’. Ai, meu Deus do céu, vou chorar. Vou mexendo no celular. Não vou nem ligar pra eles”.
A adolescente foi vista pela última vez no bairro Ponunduva, onde mora a família. Ela vestia uma camiseta cinza, calça legging preta, tênis branco e carregava uma sacola pink.
Ela teria tentado falar com o ex antes de desaparecer. Segundo o delegado Galiano, ela queria que ele fosse buscá-la no ponto de ônibus no bairro onde morava, mas ele não atendeu o telefone. “Ela pediu socorro, o que indica que estava com medo”.
Normalmente, Vitória fazia o trajeto com o pai, mas naquele dia o carro da família estava em uma oficina mecânica e ela teria que fazer o percurso a pé. “Foram terríveis coincidências ou não”.
O ex alega que estava em um encontro, por isso não ouviu as mensagens de Vitória. A menor de idade que saiu com ele também foi ouvida.
*Com informações de UOL.