Um casal foi expulso de uma academia em Recife (PE) após uma confusão envolvendo a fisiculturista e personal trainer Kelly da Silva Moraes, conhecida nas redes sociais como Treinadora Monster. O caso ganhou repercussão após Kelly denunciar que foi impedida de usar o banheiro feminino por ter sido confundida com uma mulher trans.
A situação ocorreu na última segunda-feira (26/5), quando Karolaine Klécia abordou a fisiculturista na saída do banheiro feminino e sugeriu que ela usasse o banheiro unissex da academia, localizado em outro andar do prédio. Kelly, que é mulher cis e negra, relatou que a abordagem foi humilhante e discriminatória.
Segundo Kelly, o episódio foi motivado por preconceito relacionado à sua aparência física, já que seu corpo musculoso levou a frequentadora da academia a presumir incorretamente que ela fosse uma pessoa trans. A fisiculturista registrou um boletim de ocorrência por constrangimento ilegal, vias de fato e ameaça, e prestou depoimento à polícia na quarta-feira (28).
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Do outro lado, Karolaine e seu marido, Marcos Aurélio Leite, que também foi expulso da academia, afirmam que houve um mal-entendido. O casal afirma que a intenção era apenas “informar” sobre a existência de um banheiro inclusivo, e que não houve qualquer intenção de ofensa ou discriminação.
Eles alegam que, após o início da discussão, foram vítimas de agressões físicas e verbais por uma aluna da personal trainer, além de ataques virtuais desde que imagens do episódio viralizaram nas redes sociais, sem autorização. “Tem gente dizendo que vai me pegar na rua e que eu não devo pisar na academia”, disse Karolaine, que também registrou uma notícia-crime na Delegacia de Boa Viagem.
O advogado do casal, Kleber Freire, afirmou que estuda entrar com ação por calúnia e defende que os dois foram alvo de exposição indevida e ataques desproporcionais. “Foi uma má interpretação. Jamais houve intenção de ofender. Mas não se pode admitir esse linchamento virtual”, disse.
A academia não se manifestou oficialmente sobre o caso até o momento. A Polícia Civil de Pernambuco informou que o caso segue em investigação.