Presidente da COP-30 é neto de Oswaldo Aranha, um dos principais idealizadores das Nações Unidas

O presidente 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), embaixador André Corrêa do Lago, fez o discurso de abertura do evento relembrando um capítulo importantíssimo da diplomacia brasileira na criação da ONU, após a Segunda Guerra Mundial, e protagonizado pelo avó dele, o também embaixador Oswaldo Aranha.
Principal diplomata brasileiro da era Vargas (Getúlio, 1930-1945), Oswaldo Aranha foi responsável pela ponte estabelecida entre o ditador brasileiro e o presidente norte-americano Franlkin Dellano Roosevelt que culminou com a entrada no Brasil na Segunda Guerra no time dos Aliados e, portanto, contra o Eixo formado pela Alemanha nazista, a Itália e o Japão. A ala militar do varguismo, comandada pelo general Eurico Gaspar Dutra, pretendia uma aliança com a Alemanha.
Por conta desta negociação e da amizade pessoal com Roosevelt, Oswaldo Aranha teve papel preoponderante na criação da ONU e presidiu a Assembleia Geral da organização, em 1947, quando foi aprovada a convenfção 181, que reconhecia o Estado de Israel e propunha uma divisão com o povo palestino, na chamada solução dos “Dois Estados”.
Por agradecimento e reconhecimento pelo trabalho na concepção dos Dois Estados, Oswaldo Aranha é nome de rua nas cidades israelenses de Tel Aviv (capital) e Be’er Sheva e de uma praça na cidade Velha de Jerusalém. O diplomata também dá nome a um dos pratos mais típicos e requintados da gastronomia brasileira, o filé Oswaldo Aranha.
O prato foi criado no antigo restaurante Cosmopolita, localizado no bairro carioca da Lapa e conhecido popularmente na época como “senadinho” por ter entre seus clientes assíduos autoridades importantes da Era Vargas, quando o Rio de Janeiro ainda era a capital federal.

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André Corrêa do Lago e a inspiração para a COP-30
A abertura da COP-30 André Corrêa do Lago fez um chamado aos países para que Belém se torne “um ciclo de ação” no enfrentamento da crise climática. Para o embaixador, este é o momento de implementar uma agenda de mudanças focada na união e na cooperação.
“A COP30 pode marcar o momento em que a humanidade recomeça – restaurando nossa aliança com o planeta e entre gerações. Somos privilegiados por ter sido destinado a nós o dever de fazer história como aqueles que escolheram a coragem em vez da omissão, para virar o jogo na luta climática. Devemos abraçar esse privilégio como responsabilidade – pelas pessoas que amamos, pelas gerações que vieram antes e pelas que ainda virão”, afirmou o neto de Oswaldo Aranha.






