Um dia após confronto com Guarda Municipal, professores decidem o rumo da greve em Manaus

(Foto: Reprodução)
O Sindicato dos Professores e Pedagogos do Amazonas (Asprom-Sindical) realiza, às 11h, desta sexta-feira (21), uma assembleia-geral extraordinária para decidir os rumos da greve deflagrada na rede municipal de ensino por conta da Reforma da Previdência. O movimento também avaliará as “agressões” sofridas durante o “panelaço” realizado ontem à noite durante a inauguração de uma roda gigante no Complexo Turístico da Ponta Negra.
Conforme o diretor do Asprom-Sindical, Lambert Mello, a Guarda Municipal Metropolitana foi acionada pelo prefeito David Almeida (Avante), que participava da inauguração do brinquedo, para reprimir a manifestação que estava quase no fim.
“O que aconteceu foi deplorável! Estávamos finalizando a manifestação, de forma ordeira e pacífica, e na saída a Guarda Municipal de Manaus (GMM) e o Instituto Municipal Mobilidade Urbana (IMMU) ameaçaram apreender o nosso carro de som e o motorista. A categoria se uniu para defender o motorista e impedir a apreensão do veículo”, contou Lambert.
A tensão entre os professores grevistas e os guardas municipais foi exposta em diversos vídeos publicados nas redes sociais dos profissionais da educação, que depois de quase duas horas cercados pelos guardas foram encaminhados ao 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na Ponta Negra, para o registro da ocorrência.
“Ficamos até quase 2h da madrugada na delegacia, mas felizmente deu tudo certo e levamos o carro de som e o motorista para a cassa dele e fomos descansar”, relatou o professor.
Durante o panelaço os professores exibiram cartazes denunciando o que eles chamam de “reforma da morte” e pediram uma aposentadoria justa para os profissionais que tem o dever de formar as novas gerações.
Eles também denunciaram, o que classificaram como “caráter autoritário” do prefeito, que acionou a guarda para tentar barrar a manifestação e garantiram que vão derrubar a candidatura de David a qualquer cargo eleitoral futuro.
O secretário municipal de Segurança Pública e Defesa Social de Manaus, Alberto de Siqueira, não foi encontrado para explicar a ação do órgão no enfrentamento dos professores grevistas. Caso ele responda, este texto será atualizado.
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Mais tempo na ativa e benefício menor no fim do mês
A Reforma da Previdência dos servidores da Prefeitura de Manaus vai alongar o tempo de serviços dos mais de 33 mil servidores municipais e ao final pagar benefício que representaram, na conta do Asprom-Sindical, 70% do que ganha um servidor da ativa.
A reforma foi aprovada e promulgada na Câmara Municipal de Manaus (CMM) na última segunda-feira (17/11) após uma tumultuada sessão que entrou pela parte da tarde.
Com a nova legislação, professores especificamente passam a contar com critérios diferenciados para aposentadoria voluntária. No entanto, houve aumento na idade mínima exigida. Agora, mulheres podem se aposentar aos 57 anos e homens aos 60, desde que comprovem 25 anos de contribuição exclusivamente em funções do magistério, conforme disposto no documento oficial. No total, foram acrescidos sete anos de trabalho para mulheres e cinco para homens.






