A seca histórica do rio Solimões fez reaparecer as ruínas do Forte São Francisco Xavier, no município de Tabatinga, interior do Amazonas. O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) divulgou a informação e fez registros de acervo inédito do local.
O forte também foi incluído no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos, que reúne dados desse patrimônio no Brasil.
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A edificação foi erguida em 1766 ainda pela Coroa Portuguesa na região da tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Segundo o Iphan, a edificação no extremo noroeste brasileiro é considerada um “marco da consolidação da fronteira brasileira na região Norte”. Vestígios arqueológicos, como louças, vidro, material construtivo e ferroso, foram achados no local.
Segundo os registros históricos do Exército, o forte tinha a função de posto militar, mas era usado especialmente para coibir o contrabando de mercadorias. Ele ficava ao lado de uma aldeia construída por jesuítas.
A fortificação não tinha estrutura imponente, ou seja, não foi feita como estratégia de defender o país em uma eventual situação de guerra. Ele existiu até 1889, quando foi desocupado. Em 1910, ele foi reocupado por tropas do Exército, que ficaram ali por 22 anos até que enchentes no rio Solimões derrubaram o local em 1932.
Em 1949, o local passou a abrigar uma nova edificação do 5º Pelotão de Fronteira. Vinte anos depois, virou o Comando de Fronteira Solimões. A partir de 1992, ele passou a ter a atual denominação (Comando de Fronteira Solimões/8º Batalhão de Infantaria de Selva), hoje subordinado à 16ª Brigada de Infantaria de Selva, sediada em Tefé.
O forte já apareceu antes em outras situações de seca nos rios amazônicos, mas a cada aparição, há uma contribuição para as pesquisas.