Órgãos do Amazonas alinham protocolo contra intoxicação por metanol

(Foto: Divulgação)
Os recentes casos de intoxicação por metanol em outras regiões do Brasil acenderam um alerta no Amazonas e levaram à criação de um protocolo de prevenção e resposta rápida no estado. Para discutir as medidas, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-AM) e a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) realizaram uma reunião extraordinária na quarta-feira (1º/10), em Manaus.
O encontro contou com a participação da procuradora-geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque, das promotoras de Justiça Luissandra Chíxaro (área da saúde) e Sheyla Andrade (defesa do consumidor), além de representantes do Procon-AM, da Vigilância Sanitária estadual e municipal e técnicos da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
Durante a reunião, o diretor-presidente do Procon-AM, Jalil Fraxe, destacou que a atuação conjunta será essencial para prevenir riscos. “Vamos intensificar as operações em bares, restaurantes e pontos de venda, ao mesmo tempo em que orientaremos a população a checar a procedência das bebidas que consome. A parceria com o MPAM e com os órgãos de saúde garante mais efetividade e alcance”, disse.
Protocolo e recomendações
O MPAM deverá encaminhar uma recomendação conjunta às secretarias e órgãos envolvidos, determinando maior rigor nas fiscalizações e solicitando campanhas de orientação ao consumidor. A iniciativa também prevê articulação com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL Manaus).
Segundo a chefe do departamento jurídico do Procon-AM, Raquel Lima, a comunicação direta com a sociedade será prioridade. “Campanhas educativas e orientações objetivas são ferramentas poderosas.
Queremos que o consumidor saiba reconhecer riscos, denunciar irregularidades e, acima de tudo, evitar o consumo de produtos de origem duvidosa”, afirmou.
Nos próximos dias, o grupo de trabalho formado após a reunião deverá apresentar um protocolo unificado com metas de fiscalização, estratégias de comunicação e medidas emergenciais para eventuais ocorrências.
Situação no Amazonas
De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP), não há registros de casos ou óbitos por intoxicação por metanol no estado até o momento. A atualização segue as orientações da Nota Informativa nº 03/2025 do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs/AM).
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, reforçou a importância da vigilância ativa. “Apesar de não termos registros no Amazonas, o risco existe. A prevenção depende da vigilância constante e do engajamento de toda a sociedade”, destacou.
Já o diretor de Vigilância Sanitária da FVS-RCP, Jackson Alagoas, fez um alerta à população: “Evitem consumir bebidas alcoólicas de origem duvidosa, principalmente as vendidas em mercados informais ou com preços muito abaixo do normal. A segurança da saúde começa pela escolha consciente”.
Sinais de intoxicação por metanol
A intoxicação pode levar até 24 horas para se manifestar após a ingestão de bebidas adulteradas. Entre os principais sintomas estão:
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visão borrada;
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dor abdominal;
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náuseas;
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confusão mental;
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dificuldade para respirar.
Diante de qualquer sinal, a recomendação é procurar imediatamente atendimento médico.
