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Mortes no trânsito: taxa de letalidade de Manaus já é maior do que a de São Paulo, atesta especialista

Até outubro de 2025 foram registradas em Manaus 202 mortes ocasionadas por acidentes de trânsito, o que dá uma taxa de letalidade de 8,77% a cada 100 mil habiitantes
03/12/25 às 14:43h
Mortes no trânsito: taxa de letalidade de Manaus já é maior do que a de São Paulo, atesta especialista

Morte de motociclista, na manhã desta quarta-feira, confirma alertas feitos por ex-presidente do IMMU

A morte do motociclista Eduardo Costa esmagado por uma carreta, na manhã desta quarta-feia (3), em uma colisão na avenida Arquiteto José Rodrigues, no bairro Santa Etelvina, zona Norte, que deixou gravemente ferida a filha dele Isabela Costa, confirma uma tese do Engenheiro de Trânsito e especialista em mobilidade urbana Manoel de Castro Paiva, segundo a qual “O transito em Manaus não é apenas caótico; é letal”.

O índice de letalidade do trânsito em Manaus é, conforme Paiva, maior do que o de São Paulo, maior cidade do hemisfério Sul. Nos dez primeiros meses deste ano morreram 202 pessoas, que para uma cidade de 2, milhões de habitantes dá uma taxa de 8,77 mortes por 100 mil habitantes. A taxa paulista é de 88.6/100mil.

“Manaus continua a apresentar riscos elevados para quem circula pela cidade, especialmente pedestres, ciclistas e motociclistas. Os Motociclistas, de janeiro a outubro de 2025, foram as maiores vítimas, (96 motociclistas) perderam a vida em Manaus, equivalendo a 48,0% do total das vítimas fatais (202 vítimas)”, escreve Paiva, em artigo publicado nesta semana.

O especialista acrescenta que o número de pedestres que perdeu a vida até outubro foi de 68, o que representou 34%% do total . O total desse grupo mais vulnerável (Motociclistas e Pedestres) alcança  164 mortes (82,0%) do total de vítimas registradas (202 pessoas).

“Sistemas Seguros (de trânsito) se baseiam no princípio de que erros humanos irão acontecer, portanto o sistema viário deve fazer com que esses erros não resultem em ferimentos graves ou fatalidades. Essa abordagem traz uma mudança de paradigma ao promover o princípio da responsabilidade compartilhada. Governos são os principais responsáveis por oferecer um sistema de mobilidade seguro e devem trabalhar de forma conjunta com o setor privado e a sociedade civil para reduzir acidentes”, analisa Paiva, que já dirigiu o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) na gestão do ex-prefeito Arthur Neto (2013-2020).


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Estatísticas e sensação de violência

No mês de novembro uma série de acidentes de trânsito assustou os moradores de Manaus e colocou o assunto nas rodas de conversas e nas preocupações do poder público.

Relembre algumas dessas ocorrências no links abaixo:

https://redeondadigital.com.br/amazonas/menos-24-horas-4-pessoas-morrem-transito-manaus

https://redeondadigital.com.br/amazonas/personal-trainer-morre-moto

https://redeondadigital.com.br/amazonas/racha-foi-a-origem-do-acidente-que-deixou-duas-pessoas-mortas-na-avenida-do-turismo 

https://redeondadigital.com.br/amazonas/motociclista-morre-avenida

https://redeondadigital.com.br/amazonas/passageira-moto-arremessada

https://redeondadigital.com.br/amazonas/motociclista-morre-avenida

 

Pontos de concentração de acidentes

Conforme Manoel Paiva, os acidentes fatais em Manaus concentram-se em três vias de grande fluxo de veículos: o Rodoanel Metropolitano (Rapidão), o conjunto avenida Constantino Nery-Rodovia Torquato Tapajós e Alameda Cosme Ferreira.

No Rapidão, que liga a Zona Oeste a Zona Leste, morreram 28 pessoas entre 2024 (20) e nos dez primeiros meses de 2025 (8)). Já no complexo Constantino-Torquato, que liga a região Central a Zona Norte, foram 26 mortes (17 em 24 e 9 até outubro de 25). Na Alameda Cosme Ferreira, na zona Leste, foram 22 mortes, sendo 12 em 2024 e 10 óbitos em 2025.

Em outro trecho do artigo Manuel Paiva destaca que a falta de infraestrutura urbana em certos bairro favorece a ocorrência de acidentes de trânsito fatais, como é o caso da Cidade Nova, Zona Norte. Compensa, Zona Oeste, e São José Operário, zona Leste.”

“(Eles) concentram grande número de acidentes devido à falta de calçadas contínuas, desobstruídas, travessias seguras, sinalização adequada e ciclovias. A ocupação desordenada dessas regiões, combinada com o fluxo intenso de motocicletas e automóveis, cria um ambiente propício para sinistros graves”, afirma Manoel Paiva.

Além das mortes, que são tragédias,  o grande número de acidentes de trânsito em Manaus, sobretudo com motocicletas, pressiona o Sistema Único de Saúde (SUS), que tem custos elevados devido a longa internação de quem sofre e sobrevive a um acidente grave.

Dados das Secretarias Municipal de Saúde (Semsa e de Estado de Saúde (SES) indicam que mais de 60% das internações por trauma de trânsito em hospitais da rede pública são provenientes dessas áreas, mostrando impacto direto sobre o sistema de saúde e quantidade de leitos disponíveis para cirurgias.