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Médico infectologista chama atenção para casos de HIV/Aids no AM

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Com o slogan “(Con)vivendo na Posithividade: Respeito e Cuidado”, campanha Dezembro Vermelho, de conscientização e prevenção contra HIV/Aids, iniciou no Amazonas nesta quinta-feira (1). Mesmo com o avanço no tratamento, a doença ainda registra mortes no estado. Segundo a FVS, 261 pessoas morreram no Amazonas em decorrência doença, de janeiro a outubro de 2022.

O médico infectologista Noaldo Lucena, em entrevista ao programa Dia a Dia da Rede Onda Digital, ressaltou que apesar de o foco da doença ser em uma determinada faixa etária, isso não significa que pessoas de outra idade e orientação sexual não sejam infectadas pelo vírus.

“É preciso trabalhar com muito afinco, no ponto de vista cultural, a mudança de paradigma na hora que se pensa no diagnóstico do HIV/Aids, é como se virasse um julgamento comportamental e isso é um erro. A gente tem uma concentração maior de HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis entre 15 e 40 anos, o que não exclui que outras faixas etárias também sejam infectadas”, destacou Noaldo.

Segundo um novo relatório do Programa das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) em 2021, populações-chave (profissionais do sexo e sua clientela, gays e homens que fazem sexo com outros homens, pessoas que usam drogas injetáveis e pessoas trans) e suas parcerias sexuais contabilizavam 70% das infecções por HIV mundialmente. Sendo:

  • 94% das novas infecções por HIV fora da África Subsaariana estão entre de populações-chave.
  • 51% das novas infecções por HIV na África Subsaariana estão entre populações-chave.
Dezembro Vermelho
Médico Infectologista Noaldo Lucena em entrevista para o programa Dia a Dia

Veja também: 

Dezembro Vermelho: Saúde divulga programação de combate ao HIV/Aids

O risco de adquirir HIV é:

  • 35 vezes maior entre pessoas que usam drogas injetáveis do que pessoas adultas que não usam drogas injetáveis.
  • 30 vezes maior para trabalhadoras sexuais do que mulheres não trabalhadoras sexuais.
  • 28 vezes maior entre gays e homens que fazem sexo com outros homens.
  • 14 vezes maior para mulheres transgênero do que mulheres cis.

O relatório também alerta que as desigualdades estão obstruindo o fim da pandemia de AIDS, e mostra ainda que que se forem mantidas as tendências atuais o mundo não conseguirá atingir a meta de acabar com a AIDS como ameaça à saúde pública até 2030.

Para o médico infectologista Noaldo Lucena, a abertura para o diálogo ainda é uma alternativa de prevenção. “Quando a gente fala que aproximadamente 40 milhões de pessoas estão vivendo com HIV no mundo é um dado preocupante, quando falamos que aproximadamente 5 milhões não sabe que está vivendo com o vírus é preocupante, então quando a gente fala dessa população a gente tem que conversar no ponto de vista sexual de uma forma mais aberta para um ambiente compressivo”.

Os exames e tratamento de uma pessoa que já viva com vírus podem ser realizados de forma gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Em Manaus, o Fundação de Medicina Tropical (FMT) é referência no atendimento a casos de doenças sexualmente transmissíveis.

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