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Lixo em igarapés de Manaus desafia moradores atingidos pela poluição

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O mês de Dezembro marca o início da vazante dos rios na Amazônia, fenômeno natural que reflete de inúmeras formas na vida de quem vive na região norte.

Na comunidade de casas flutuantes na Marina do David, localizada às margens do Rio Tarumã Açu, em Manaus, a vazante aumenta a missão dos moradores de eliminar o acúmulo de resíduos sólidos trazidos pelo igarapé do Gigante, que tem nascente no bairro Flores, dentro do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, corta toda a zona oeste da capital, e desaguar no Tarumã, exatamente onde vive Sara Guedes, 30 anos, e mais 80 famílias.

Líder comunitária da Marina do David há 1 ano, Sara ressalta que entre os desafios, está o de provar que os resíduos sólidos despejados no Rio Tarumã Açu, não são dos moradores da comunidade.

“No período da seca é quando nós moradores da comunidade, moradores de flutuante sofremos mais; 90% do lixo que desagua aqui na marina são de pessoas que moram na cidade na beira de igarapé e que descartam incorretamente seu lixo. Elas precisam se conscientizar que, todo lixo que elas jogam de forma errada, vai para algum lugar”, disse Sara.

Um levantamento feito nos dois anos da pandemia da Covid-19, pela Oceana Brasil em parceria com a plano nacional de resido sólido, identificou que cerca de 45% do lixo encontrado nas águas são embalagens usadas no serviço de entrega delivery;

O ambientalista Jadson Maciel, presidente do Comitê de Bacias hidrográficas do Rio Tarumã Açu (CBHTA) e fundador do movimento sustentável Remada Ambiental, conta que o maior desafio é o lixo que não se vê e acredita que conscientizar a população disso ainda é a melhor solução.

“A gente está falando de resíduos que não flutuam, de lixos que ficam no fundo do rio. Então, o nosso maior desafio além de coletar todos esses resíduos, é fazer com que os usuários de flutuantes, por exemplo, entendam que precisam fazer o ciclo do consumo do resíduo corretamente, como comprar, consumir e descartar no lugar certo”, pontou Jadson.

Em Manaus, lixo jogado em igarapés desafia moradores atingidos pela poluição
Cristina (de blusa verde) e as voluntárias da ONG Rip Art a frente de da lixeira coleta seletiva da comunidade Foto: Débora Martins

Cristina Pereira, 56 anos, moradora do Rua São Vicente de Paula, no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus, também acredita que a educação salva. Agente de transformação na comunidade em que vive há 15 anos, líder da ONG Rip Art, com sede no rip rap bem a frente de onde passa um dos braços do igarapé do Gigante, a artesã ensina os moradores sobre coleta seletiva, e usa o lixo reciclável para transformar em obra de arte.

“Eu fico até emocionada porque isso é um privilégio para mim, ajudar a minha comunidade. Hoje, você passa aqui perto do igarapé e vê que ele é o trecho mais limpo, isso é fruto de conversa e conscientização de todos”,

contou Cristina, que consegue, junto com  a ONG e os moradores, evitar que 1 tonelada e meia de lixo, a cada dois meses, não seja jogada no igarapé.

“Quando eu cheguei aqui, só ouvia história de que esse igarapé era limpo, que tomavam banho nele, mas infelizmente não tive o prazer de ver. Meu sonho é de que um dia esse igarapé, por mais que não volte a ser como antes, seja menos doente, porque aí tem vida”, ressaltou Cristina.

Em Manaus, lixo jogado em igarapés desafia moradores atingidos pela poluição
Um braço do igarapé do Gigante no bairro Redenção Foto: Débora Martins

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Procurados pelo portal Onda Digital, a Concessionária Águas de Manaus disse que o projeto piloto de esgoto adaptado para estas áreas já está em execução na comunidade Beco Nonato, no bairro Cachoeirinha. A previsão, segundo a empresa, é de que até 2025, Manaus chegue a 45% de cobertura de esgotamento, e a 80% até 2030, conforme as metas estabelecidas em contrato entre a concessionária Águas de Manaus e o município, beneficiando todas as áreas de cidade, principalmente as mais vulneráveis.

“Após colocar rede de água em todas as áreas vulneráveis, o nosso desafio é a implantação da rede de esgoto, e toda a cobertura de esgotamento abrange becos, palafitas, levar o benefícios com a água tratada, a tarifa manauara e futuramente o sistema de esgoto, dando dignidade a população”, frisou Felipe Poli, gerente de Serviços da Águas de Manaus.

Em 2022, 13 toneladas de lixo foram recolhidos por voluntários atuantes na despoluição dos rios em Manaus.

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