A denúncia feita por Kaline Milena, 30, contra o cantor Diego Damasceno de Souza, 29, sofreu uma reviravolta nesta semana. Em uma carta apresentada à Justiça do Amazonas, Kaline afirmou que decidiu não prosseguir com o processo, alegando que havia sido tomada pela raiva no momento da denúncia. O caso ocorreu no dia 6 de abril, no bairro Parque 10, zona centro-sul de Manaus.
Na carta escrita de próprio punho e assinada por Kaline, ela afirma que os dois estavam alcoolizados no dia do episódio e que a discussão teria sido iniciada por ela, após lançar um carregador contra o companheiro. Ainda segundo Kaline, ambos estavam em conflito, mas ela não deseja levar o caso adiante.
Na carta, Kaline apresenta argumentos para que Diego Damasceno seja solto da prisão.
“Solicito a não continuidade no processo, não quero levar adiante, não tenho interesse em ver ele preso, pela minha saúde mental, minha paz, porque eu sou ciente que nós dois erramos naquele momento”, pediu.
A promotora de evento ainda pede a retirada da medida protetiva.
“Espero que atendam minha solicitação e retire a medida protetiva e paralisem o andamento do processo”, finalizou.

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A Justiça determinou a soltura de Diego após considerar que não havia elementos suficientes para manter a prisão preventiva. O alvará de soltura foi expedido com base no princípio da autonomia da vítima e na ausência de testemunhas do fato.
Pelas redes sociais, Kaline comentou brevemente a decisão:
“Não espere que as pessoas entendam… é em você que dói, não nelas”, publicou no Instagram.

Histórico de agressões
Apesar da desistência, Kaline havia relatado anteriormente à imprensa e à polícia que foi agredida com socos durante uma discussão dentro do carro, o que resultou na quebra de três dentes. Na época, ela relatou que o episódio foi motivado por ciúmes, após ter participado de uma gravação de vídeo dançando em um evento profissional.
Em entrevista, a mulher também afirmou que o cantor já teria cometido outras agressões ao longo do relacionamento, citando episódios ocorridos em julho e outubro de 2024.
Ela também contou que, ao chegarem no condomínio após a agressão, Diego teria pedido que ela se lavasse por estar com o rosto coberto de sangue. A vítima foi socorrida por vizinhos e levada ao SPA após a chegada da polícia.
Parecer do Ministério Público
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) também se manifestou por meio de nota oficial. Segundo o promotor Davi Santana da Câmara, o órgão acompanhou todo o processo e ouviu a vítima em audiência, onde ela optou por não confirmar o que havia relatado à polícia anteriormente.
A nota explica que a legislação exige que, em casos como esse — sem testemunhas e com base unicamente na palavra da vítima — o conteúdo inicial deve ser reafirmado em juízo. Como isso não ocorreu, não foi possível sustentar a acusação.
“O MPAM não pode criar provas. Isso iria contra a lei”, diz o comunicado, que ainda destaca que a vítima foi acompanhada por psicólogos e assistentes sociais antes de prestar depoimento.